Débora Duarte e Bernardo Pascowitch, do Yubb
Para quem está sempre antenado sobre o mundo dos investimentos, já deve ter se deparado com essas três letrinhas:
COE.
A sigla significa Certificado de Operações Estruturadas e é um investimento que está começando a se popularizar, especialmente em razão da grande publicidade feita por corretoras nos últimos meses.
Esse investimento foi criado em 2014 e as primeiras emissões só foram realizadas em 2015, ou seja, é um produto muito novo no mercado e que poucas pessoas conhecem.
Se você já morou no exterior ou tem interesse por investimentos internacionais, já deve ter ouvido falar nas Notas Estruturadas – um título muito comum nos Estados Unidos e na Europa.
Spoiler: O COE se parece muito com uma Nota Estruturada.
“Mas é renda fixa ou renda variável?”
Aí é que está a “pegadinha”!
O COE é um produto híbrido, ou seja, que pode ser composto por renda fixa e também por renda variável.
É como se fosse um “envelope” que contém diferentes ativos em seu interior e esses ativos podem ser desde títulos públicos do Tesouro Direto como ações na bolsa de valores dos Estados Unidos.
Ainda está confuso?
Calma, é mais simples do que você imagina!
No post de hoje, o Yubb, seu buscador de investimentos online e gratuito, está aqui para te explicar tudo sobre COE.
COMO FUNCIONA?
O COE (Certificado de Operações Estruturadas) é emitido por bancos e você pode investir diretamente pelos bancos ou pelas corretoras de valores que o distribuem.
Normalmente, é possível encontrar opções com valor mínimo a partir de R$ 1.500,00.
Como dissemos, ele funciona como um “envelope” ou uma “casca” e, dentro dele, há diferentes ativos.
Exemplos: O COE X é formado por um Tesouro IPCA e duas ações na bolsa de valores brasileira.
O COE Y é composto por uma LCI prefixada e o índice S&P 500 da bolsa de valores dos EUA.
O rendimento do título vai depender do mix entre as rentabilidades dos diversos ativos que estão “dentro” do COE.
Apesar de parecer complexo, todas essas informações estão no DIE.
O DIE é a sigla para “Documento de Informações Essenciais” do COE.
É nele em que você encontra todas as características do investimento:
- Quais são os ativos dentro da “casca”;
- Para quem é indicado;
- Investimento mínimo
- Prazo de vencimento;
- Liquidez e etc.
É especialmente interessante você analisar para quem o COE em questão é indicado de acordo com o DIE, a fim de entender se esse investimento está em linha com o que você busca para os seus investimentos e para o seu perfil de risco.
TIPOS DE COE
Existem dois tipos de COE disponíveis no mercado e a diferença entre eles está na segurança do seu dinheiro. Confira:
COE de capital garantido
Ao investir em um COE de capital garantido, o investidor nunca perde o valor inicial.
O risco existe e você pode ficar todo o período sem ganhar nenhum rendimento, mas o seu valor investido está intocável.
Se você investiu, R$ 10.000,00, por exemplo, pode eventualmente não ganhar nenhum rendimento, mas os R$ 10.000,00 não correm nenhum risco.
Portanto, o risco está no rendimento, não no valor inicial aplicado.
COE de capital de risco
O COE de capital de risco, por outro lado, é mais arriscado.
Nele, é possível perder o valor inicial investido. No entanto, não há risco de ficar com a conta negativa.
Se você investiu, R$ 10.000,00, por exemplo, pode perder tudo e ficar com R$ 0,00, mas nunca ficará devendo para o banco (diferentemente de alguns fundos de investimento com alavancagem financeira).
Aqui, o risco engloba o rendimento e também o valor principal aplicado.
CARACTERÍSTICAS
Quer entender mais sobre COE?
Confira abaixo algumas características desse tipo de investimento:
Risco
COE é um investimento arriscado que não possui garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Por outro lado, como te contamos acima, você nunca irá perder mais dinheiro do que investiu, diferente de alguns investimentos em renda variável e fundos de investimento.
Outro ponto importante é que, ao investir em um COE, o investimento fica registrado em seu nome e CPF na B3 (antiga Cetip).
Importante você analisar o seu perfil de risco e objetivos ao investir seu dinheiro para fazer uma aplicação correta que não trará problemas e imprevistos.
Taxas
Existem vários bancos e corretoras que não cobram nenhuma taxa de administração/corretagem/performance para você investir em COE.
Vale a pena procurar uma instituição financeira que não tenha custo para ter um rendimento maior.
Por outro lado, algumas empresas têm se aproveitado de um grande marketing para comercializar COEs em razão da alta comissão que recebem, sendo que essa comissão não costuma ser divulgada ao investidor.
Portanto, fique atento ao que for oferecido pela sua corretora ou banco e pesquise sobre o assunto!
Liquidez
Na grande maioria dos COEs, a liquidez é no vencimento. Isso significa que o seu dinheiro está “preso” até o prazo final do investimento.
A dica aqui é muito simples:
Se quiser investir em COE, planeje-se para não precisar do dinheiro investido antes do prazo de vencimento.
É importante que você já tenha criado sua reserva de liquidez (também chamada de reserva de emergência) antes de optar por ativos mais arriscados como COEs.
Tributação
Aqui está uma grande vantagem dos COEs!
Não importa qual seja o ativo que esteja dentro do “envelope”, a tributação é única e segue a tabela regressiva do Imposto de Renda para renda fixa.
Dessa forma, ao invés de ter tributações diferentes para cada ativo que você investisse individualmente, o COE oferece uma tributação unificada.
Quanto mais tempo o seu dinheiro ficar investido, menor será a alíquota cobrada sobre o rendimento. Veja:
- Até 6 meses – alíquota de 22,5%
- De 6 meses a 1 ano – alíquota de 20%
- De 1 ano a 2 anos – alíquota de 17,5%
- Mais de 2 anos – alíquota de 15%
Internacionalização
COE é um ótimo produto para quem quer investir em países estrangeiros sem burocracia.
É possível comprar ativos internacionais que estão dentro do “envelope” sem precisar abrir uma conta no exterior e com todas as transações na moeda brasileira (reais).
PARA QUEM É INDICADO?
O COE é um produto polêmico.
No Yubb, sempre que postamos conteúdo sobre o assunto, recebemos uma enxurrada de comentários negativos.
Mas isso não significa que seja um investimento ruim:
Como dissemos acima, muitas empresas de investimento têm buscado vender e comercializar COEs em razão das altas comissões recebidas.
É importante pesquisar e entender o funcionamento de cada investimento.
Uma outra causa de comentários negativos se refere ao fato de cada COE possuir um número de “alavancagem” ou “barreira de baixa” no DIE.
Em outras palavras, isso representa um valor máximo de rentabilidade que você pode receber.
Rendeu mais do que aquilo? O investidor não recebe mais e o rendimento irá para a empresa de investimento.
É por isso que muitos investidores não gostam do COE e preferem fazer a sua própria carteira investindo diretamente nos ativos.
O “intermédio” dos bancos pode prejudicar o seu rendimento.
No DIE, também é possível encontrar o suitability do COE, ou seja, para quem aquele COE é indicado. Se é para um perfil mais conservador ou mais arriscado, por exemplo.
CONCLUSÃO
Por isso, é muito importante fazer essa análise e entender a adequação do COE ao seu perfil e aos seus objetivos como investidor.
Lembre-se sempre:
Potencial de rentabilidade vem sempre acompanhado de maiores riscos.
É muito importante diversificar para não correr riscos excessivos e poder balancear sua carteira de investimentos.
Entendeu o que é COE? Se tiver qualquer dúvida, deixe seu comentário aqui embaixo!
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Débora Duarte
Débora é produtora de conteúdo no Yubb e formada em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Bernardo Pascowitch
Bernardo é fundador e CEO do Yubb, buscador de investimentos totalmente gratuito para qualquer pessoa encontrar opções para aplicar melhor seu dinheiro. Bernardo é formado em direito pela Universidade de São Paulo (USP).