Finanças pessoais.
Um tema tão importante e tão pouco tratado entre os brasileiros.
Você já se sentiu totalmente sozinho ao tentar tratar desse assunto com alguém?
Já percebeu como ele acaba sendo um grande tabu dentro da nossa sociedade?!
Pois é.
Apesar de árido, esse é um tema importantíssimo.
Tenha certeza: ter um bom conhecimento em finanças pessoais pode mudar a sua vida.
Afinal, é esse o conhecimento que de mostrará como é importante economizar dinheiro e investir para ter um futuro melhor.
É esse o conhecimento que fará com que você desenvolva uma forte inteligência financeira e tome decisões cada vez mais acertadas para o seu futuro.
Por isso, nada melhor do que trazer um artigo de um consagrado autor (e investidor) que, apesar de não conhecer pessoalmente, eu tenho grande admiração: Vishal Khandelwal.
Vishal é um dos investidores que eu mais gosto de acompanhar na internet.
Ele é o autor do blog Safal Niveshak, página onde ele compartilha toda a sua experiência como investidor e professor de value investing.
Recentemente, ele topou que eu traduzisses os seus melhores artigos e os postasse aqui no Clube do Valor.
Então, resolvi começar com esse tema tão importante, que é uma lacuna por aqui.
Tenho certeza que você vai adorar o estilo e a qualidade dos textos do Vishal!
Por isso, continue lendo esse artigo para saber mais sobre…
- Qual é o percentual da sua receita que você deve poupar recorrentemente
- Como controlar as prestações pagas mensalmente
- Qual é o primeiro passo que você deve tomar antes de começar qualquer investimento
- Quais 2 seguros são obrigatórios para garantir a sua paz financeira
- Quando você não deve pegar um empréstimo
- Como reconhecer quais são as suas reais prioridades
10 REGRAS SIMPLES QUE ME CONDUZIRAM AO “NIRVANA FINANCEIRO“
Eu estava em Ahmedabad na semana passada para o meu Workshop sobre A Arte de Investir (aqui está a prova), e conheci alguns jovens executivos – nos seus 30 anos – que tinham perguntas sobre como eu administrei minha própria vida financeira tão bem até agora.
Alguns deles estavam, na verdade, surpresos ao ouvir minha história e disseram que eu parecia ser uma exceção.
“Não é verdade!” Eu disse a eles. “Eu não realizei nada de especial em minha vida financeira que qualquer outra pessoa não possa fazer.”
De fato, o que quer que eu tenha feito para atingir o meu estágio de nirvana financeiro – se posso usar o termo – fiz com a ajuda de regras simples sobre como administrar o meu dinheiro ao longo dos anos.
Ora, ainda que eu seja muito jovem para disseminar conselhos transformadores sobre “como ser um rockstar financeiro” ou “como remover todas as preocupações financeiras da sua vida”, fico feliz em compartilhar abaixo 10 regras que mudaram a minha vida para melhor ao longo dos últimos anos, e como elas podem beneficiar também qualquer um que venha a segui-las com disciplina e integridade.
Aqui estão as 10 regras.
REGRA #1 – POUPE, POUPE, POUPE
Guarde pelo menos 10% do seu rendimento líquido durante o primeiro ano da sua carreira, 20% no segundo, e assim por diante.
Planeje aumentar esse valor para 50% em cinco anos.
Economizar mais é sempre bom, mas 50% é um número que você certamente deve ter como meta.
O melhor modo de atingir esse objetivo é seguindo a simples equação “Renda – Economias = Gastos”.
Poupe primeiro, depois gaste o que sobrar.
Quando as pessoas se surpreendem em saber como eu consegui me livrar de toda e qualquer dívida antes dos trinta e três anos, saibam que está fórmula me ajudou bastante.
(“Livre de dívidas aos trinta e três” pode ser um bom lema a ser ensinado às crianças na escola)
REGRA #2 – LIMITE AS PRESTAÇÕES MENSAIS
Nunca permita que as suas prestações – da casa mais do carro mais qualquer outro empréstimo – ultrapassem 30% do seu rendimento líquido.
Se você já passou desse limite, não tome mais nenhum dinheiro emprestado.
O máximo em que cheguei anteriormente foi 40%, após ter comprado meu carro em 2007, mas diminuí para 30% após pagar o empréstimo referente ao carro em 2008 com as minhas economias.
Desde 2011, quando paguei todo o valor da minha casa, as prestações mensais têm consumido 0% da minha renda, e isso adicionou à confiança com a qual tenho vivido a minha vida.
REGRA #3 – CRIE UM FUNDO DE EMERGÊNCIA
Crie um fundo de emergência que corresponda a pelo menos 6 meses das despesas do seu lar.
Mantenha esse dinheiro em sua conta bancária ou em um fundo de investimento líquido.
Não encoste nesse dinheiro para dar entrada em um carro novo! E
sse dinheiro poderá ajudar você quando qualquer infortúnio ocorrer na forma de uma perda de emprego ou doença.
Eu tinha um fundo emergencial de 12 meses quando decidi deixar o meu emprego. Por sorte, não precisei sacar sequer uma rúpia do mesmo. Mas só ao lembrar que eu tinha um fundo de emergência trouxe-me bastante conforto emocional ao tomar aquela decisão que mudou a minha vida.
REGRA #4 – ADQUIRA UM SEGURO SAÚDE
Mesmo que a sua empresa disponibilize um, adquira uma apólice de seguro saúde que dê cobertura a você e à sua família mesmo que você deixe o seu trabalho ou fique desempregado.
Eu entendo a importância de possuir um seguro saúde, pois me beneficiei dele no momento em que minha filha Kavya tornou-se gravemente doente, quando tinha apenas dois anos.
Não ter um plano de saúde teria piorado o trauma da minha experiência.
REGRA #5 – ADQUIRA UM SEGURO DE VIDA
Se você possui dependentes financeiros, adquira um seguro de vida.
Quanto? Se você tem entre 30 e 40 anos, possui 2 a 3 dependentes, e nenhum risco, invista em seu seguro ao menos o equivalente a +- R$475.000,00 de cobertura (NOTA: ele cita “1 crore” no texto original e, aqui, fazemos uma aproximação ao que seria esse equivalente em reais).
Além disso, se você tem entre 30 e 40, possui zero ou baixos riscos financeiros, e mantém boa saúde, há boa probabilidade de que você viva por mais 30 anos.
Portanto, não exagere na cobertura. Um máximo de R$950.000,00 (equivalente a 2 crores) deverá ser o suficiente.
NOTA RAMIRO: Também incluiria, nessa sugestão, a contratação de um seguro auto, caso você possua um carro e a contratação de um seguro residencial, caso você possua uma casa própria.
REGRA #6 – TERMINE DE PAGAR EMPRÉSTIMOS/FINANCIAMENTOS DE ALTO CUSTO
Procure evitar créditos com altas taxas de juros tais como cartões de crédito ou empréstimos pessoais.
Mas, se você tem o azar de estar devendo um, pague-o completamente o mais rápido que puder.
Como diz Charlie Munger:
“Uma vez que você se endivida, é um inferno para sair dessa. Não deixe a dívida do cartão de crédito de estender. Você não consegue progredir pagando 18 por cento”.
Eu nunca tomei emprestado um cartão de crédito ou adquiri um empréstimo pessoal, porque sei que são o tipo de coisa que poderiam acabar comigo financeiramente.
Lembre-se – se você não compraria algo em dinheiro, não o compre só porque você pode usar o cartão de crédito ou pagar via empréstimo pessoal.
REGRA #7 – NUNCA TOME EMPRÉSTIMOS PARA PAGAR PASSIVOS
Evite pagar juros em qualquer coisa que possa vir a perder seu valor.
Um carro – principalmente um grande, do qual você não necessariamente precisa, mas usa para esbanjar – está no topo dessa lista.
Eletrônicos – celulares, tablets, LCDs, etc. – vem em seguida.
Você pode ainda comprar um carro (um carro), mas tente pagar pelo seu valor o mais rápido que puder.
Além disso, verifique se a prestação do mesmo não levará você a ultrapassar o critério dos 30% da proporção prestação-a-salário.
REGRA #8 – PAGUE O SEU CRÉDITO IMOBILIÁRIO
Se você tem a opção de pagar o total do que deve no seu imóvel versus investir esse dinheiro, saiba que essa é uma decisão tanto emocional quanto financeira.
Evitar pagar financiamento a uma taxa de juros de 6% (pós-taxas) e, ao invés disso, investir de forma sensata esse dinheiro para obter um retorno de 12 a 15% é uma boa decisão financeira.
Por outro lado, saldar o financiamento ao invés de investir aquele dinheiro é uma boa decisão emocional.
Eu decidi pela última ao abandonar meu emprego, mas você pode escolher a primeira.
REGRA #9 – CONHEÇA SUAS PRIORIDADES
Não invista no mercado de ações – de modo direto ou através de fundos mútuos – até que você tenha um fundo de emergência, seguro saúde, e seguro de vida garantidos; e também até que você tenha pago todas as suas dívidas com juros acumulados.
Aliás, não invista dinheiro nenhum no mercado de ações do qual você possa vir a precisar nos próximos 1-2 anos.
Se suas ações caírem nesse curto período de tempo, sua vida financeira poderá ficar comprometida.
REGRA #10 – DINHEIRO NÃO É (SEMPRE) TUDO
Ainda que essas regras possam ajudá-lo a cuidar melhor do seu dinheiro e da sua vida financeira, lembre-se de não direcionar todo o seu foco a essas coisas, de modo a acabar perdendo a chance de aproveitar as alegrias da vida.
Como um sábio homem, ou talvez uma mulher, já disse, “Não importa o quão forte você abrace o dinheiro, ele nunca irá abraçá-lo de volta.”
O que você acha?
CONCLUSÃO
E ai?
Gostou do artigo do Vishal?!
Bacana como a filosofia dele é semelhante a nossa aqui do Clube do Valor, não acha?!
Foi graças a influência das leituras de seus artigos que eu decidi tratar, por aqui, assuntos sobre proteção patrimonial.
Perceba como existe uma maior consciência sobre a importância dos seguros em países desenvolvidos…
Então, por favor, deixe um comentário dizendo o que você achou desse artigo.
E se você quiser ler mais conteúdos sobre finanças pessoais aqui no Clube do Valor, sugiro os seguintes artigos…
- Casamento e Finanças: Como Lidar Com o Desafio de Tratar de Dinheiro com o Seu Cônjuge em 5 Dicas Práticas
- Orçamento Familiar: Um Passo a Passo Simples Para Organizar as Finanças da Sua Casa
- 7 Poderosas Lições Para o Sucesso Financeiro Extraídas do Livro Quem Pensa Enriquece (Com Resumo em PDF)
Um grande abraço!
Ramiro Gomes Ferreira