Porto Alegre.
29 de janeiro de 2016.
Provavelmente você não saiba, mas nessa data houve um enorme temporal que deixou centenas de feridos e dezenas de residências destruídas no Rio Grande do Sul.
Para muitos, o prejuízo financeiro causado pelo down burst (depois, procure: é um fenômeno meteorológico análogo a um furacão) é sentido até hoje.
Para os prevenidos, a história foi diferente.
Afinal, aqueles que possuíam uma apólice de seguro residencial, na ocasião, tiveram os danos ressarcidos.
Sim.
Você, como bom(a) leitor(a) do Clube do Valor provavelmente já sabe da importância de seguros.
Sabe que é muito importante buscar proteger o seu patrimônio.
Afinal, de nada adianta você buscar estratégias para ganhar dinheiro, juntar dinheiro e investir dinheiro se tudo o que você construir estivar a um “down burst” de ir para o ralo.
Não à toa, em outras ocasiões eu já falei sobra alguns dos seguros que eu considero ser os mais importantes, como…

Neste artigo, a bola da vez será o seguro residencial.
Aqui, vou explicar absolutamente tudo que você deve saber para contratar o melhor seguro residencial para você e para a sua família.
Então continue lendo esse artigo para aprender pontos muito importantes, como…

É verdade: esse artigo pode não parecer tão interessante para você.
Especialmente se você ainda não tem a sua casa própria.
Porém, eu garanto que isso não faz muita diferença.
Depois de ler o texto tenho certeza de que o conteúdo servirá para te dar bons insights sobre como proteger seu patrimônio.
Então, vamos lá!

POR QUE VOCÊ DEVE CONTRATAR UM SEGURO RESIDENCIAL?

O caso que eu citei em Porto Alegre não é único.
Todo ano, diversas regiões ao redor do mundo sofrem com problemas climáticos ou catástrofes.
Um dos casos mais célebres – e tristes – desses casos ocorreu na Inglaterra.
Em 1666, um grande incêndio tomou Londres.
De origem desconhecida, o fogo alastrou-se rapidamente por conta da forma como a cidade foi construída.
A estrutura medieval, com ruas estreitas e casas de madeira muito próximas umas das outras, favoreceu a disseminação das chamas.
Entre os dias 2 e 5 de setembro daquele ano, a capital inglesa foi devastada pelo fogo.
O incêndio destruiu 13.200 casas, 87 igrejas, a famosa Catedral de St. Paul e 44 prédios públicos.
Os registros da época computaram um total de 100 mil desabrigados.
Tudo isso causado por um incêndio que ninguém poderia ter previsto.
Mas o que isso tem a ver com seguro residencial?
Tudo!
Afinal, a cobertura contra incêndios é uma das garantias básicas de qualquer contratação desse tipo.
Naquela época, na Inglaterra Medieval, é lógico que a contratação de um seguro residencial não era uma alternativa para as pessoas.
Porém, o que dizer sobre o cenário atual em que é perfeitamente possível adquirir esse benefício e usufruir de suas garantias?
Não há desculpas para deixar de lado a proteção do seu bem (às vezes o maior bem de todos) quando se há alternativas para garantir que tudo não será perdido em caso de desastres.
Se a ilustração desse cenário não te convenceu, responda a algumas perguntas:

  • Você saberia o que fazer se a sua casa fosse tomada por chamas, destruída por um raio ou inutilizada por uma explosão acidental?
  • Você faz um fundo de reserva para enfrentar essas e outras situações inesperadas?
  • Você é capaz de controlar todas as intempéries que podem afetar total ou parcialmente o seu patrimônio?

Se a sua resposta foi um sonoro “NÃO” para qualquer uma dessas perguntas, então a contratação de um seguro residencial pode fazer sentido para você.

O QUE É EXATAMENTE O SEGURO RESIDENCIAL E COMO ELE FUNCIONA?

Embora o termo possa parecer bastante autoexplicativo, cabe algumas breves conceituações aqui.
Antes de mais nada, é importante entender que o seguro residencial é um produto com cobertura multirriscos.
Isso significa que ele oferece um conjunto de seguros agrupados em uma única apólice.
Difícil de entender?
Então permita-me simplificar ainda mais.
O seguro residencial, na verdade, é um produto composto por vários seguros diferentes.
Ele é destinado somente a residências individuais.
Aí estão inclusos casas e apartamentos, sejam eles usados para moradia habitual ou de veraneio.
Assim como outras modalidades, o seguro residencial possui uma garantia básica que prevê a cobertura contra os seguintes prejuízos:

  • Incêndio;
  • Queda de raio; e
  • Explosão.

Mas é possível expandir esse seguro adicionando outras garantias.
O objetivo é complementar a contratação e proteger o imóvel contra outros riscos, como:

  • Roubo;
  • Danos elétricos;
  • Desmoronamento;
  • Impacto de veículos;
  • Queda de aeronaves;
  • Vendaval;
  • Furacão;
  • Ciclone;
  • Chuva de granizo;
  • Quebra de vidros; e
  • Outros

Porém, o seguro residencial não protege os segurados apenas no caso de catástrofes, como as citadas até aqui.
Dependendo da seguradora, também é possível contratar uma enorme variedade de serviços.
Todos com o objetivo de conferir tranquilidade no caso de imprevistos.
Um dos casos mais comuns é o seguro de responsabilidade civil.
Essa é uma cobertura que prevê o ressarcimento de prejuízos causados a outras pessoas involuntariamente por você ou por quem morar ou trabalhar no imóvel.
Quer um exemplo clássico?
Sabe aquele seu cachorrinho gigantesco que você acha maravilhoso?
Digamos que um dia ele resolve correr atrás do carteiro e acaba machucando-o gravemente.
Esta cobertura de responsabilidade civil e pode ser contratada na dentro da sua apólice de seguro residencial.
Não é atoa que a chamamos de apólice multirrisco.

TRANQUILIDADE ALTA, CUSTO BAIXO

Um ponto muito interessante do seguro residencial é o seu baixo custo.
Por conta disso, as empresas acabam usando os serviços adicionais para tentar se destacar de suas concorrentes.
Para atrair consumidores, algumas seguradoras podem oferecer serviços como limpeza de caixa d’água, conserto de telhado, encanador, faxineira, jardineiro e outros.
Tudo isso acaba enriquecendo a apólice, tornando-a mais atrativa para os consumidores.
Vale ressaltar que o seguro residencial pode prever a cobrança de franquia para alguns tipos de coberturas especiais.
Isso inclui danos elétricos, acidentes domésticos e catástrofes mais sazonais (vendaval, furação, ciclone, tornado e outros).
A franquia pode ser entendida como uma espécie de divisão dos prejuízos.
Porém, para o caso das garantias básicas (incêndio, queda de raio e explosões), geralmente há isenção da franquia.

COMO ESCOLHER E CONTRATAR O SEU SEGURO RESIDENCIAL?

Hoje, a contratação de qualquer tipo de seguro é bastante facilitada.
Inclusive, você pode realizar a contratação desse produto online, por telefone ou por e-mail.
Diversas empresas oferecem esse tipo de produto em seu portfólio.
Separei alguns passos importantes para que você contrate o seguro residencial mais adequado para você:

#1 – Procure uma corretora ou banco para entender quais coberturas são necessárias para você

Não subestime a qualidade do trabalho que uma corretora especializada pode fazer para você.
Um corretor que se posicione como consultor, e não como vendedor, vai te ajudar a levantar quais coberturas são realmente importantes para você.
Mais do que isso: ele vai te mostrar simulações para exemplificar como uma cobertura a mais pode encarecer a apólice e, ainda, fazer uma pesquisa de mercado para encontrar a seguradora que te ofereça as melhores condições para a sua demanda.
Por isso, eu sempre recomendo que você conte com um corretor independente para fazer essa pesquisa.
Por ser independente, ele terá mais liberdade para pesquisar o preço das principais seguradoras do mercado e verdadeiramente encontrar a melhor opção para você.
Você deve estar pensando:
“Mas, e o banco? Ele não pode oferecer uma boa solução para mim?”
Sim e não.
Sim, porque dependendo do seu relacionamento com o banco você pode conseguir um preço especial através dele.
Não, porque, além do risco de você não conseguir o melhor preço, você também abre mão do atendimento especializado que o corretor independente presta quando ocorre um eventual sinistro.
Então, qual a solução?
Simples.
Converse com um corretor independente e, também, com o seu gerente bancário.
Coloque os prós e os contras de cada caminho a ser seguido lado a lado e, em seguida, opte pela opção mais vantajosa para você.

#2 – Não procure apenas o seguro mais barato

Como em tudo nossa vida, o barato pode sair caro.
Não procure um seguro residencial avaliando apenas o preço.
É preciso levar em conta todos os outros aspectos mencionados nesse texto para poder achar o seguro ideal para as suas necessidades.
Você mora em uma região em que é frequente a ocorrência de desabamentos?
Então não deixe de fora essa cobertura da sua apólice!
É verdade que não incluir esses adicionais pode baratear o seu contrato.
Mas você vai querer estar desprotegido caso algum desses incidentes ocorra?
Pense nisso.

#3 – Entender quais são as suas obrigações para ter direito a uma eventual indenização

Independentemente das demais condições estabelecidas na apólice, se você contratar a cobertura para roubo e danos elétricos, terá de fazer um “dever de casa”:
Criar uma lista detalhada com todos os bens materiais que serão segurados e suas respectivas avaliações de mercado.
(Isso, é claro, apenas se a seguradora não realizar uma vistoria prévia na sua residência.)

Nessa lista, inclua apenas os produtos eletroeletrônicos e os da chamada “linha branca”, como geladeira, máquina de lavar, fogão, etc.
Móveis, roupas e objetos pessoais não precisam ser incluídos nessa lista.
E caso você adquira um novo equipamento ao longo da vigência da apólice, é recomendável avisar à corretora ou a seguradora para atualizar a lista de bens.

AFINAL, QUANTO CUSTA O SEGURO RESIDENCIAL?

Infelizmente eu não posso dar a resposta definitiva para esse questionamento.
Somente no fechamento do contrato é que você vai descobrir quanto vai pagar no seguro residencial.
Para nossa sorte, os simuladores ajudam a ter uma boa noção do valor.
Porém, existe uma outra forma de descobrirmos quanto, em média, você terá que pagar pela cobertura residencial.
No caso de seguro de carro, geralmente usamos a regra dos 5%.
Se o carro custa R$ 30 mil, um seguro com um bom preço seria de 5% desse valor: R$ 1.500.
E isso incluindo todas as coberturas que um bom seguro oferece.
Quase todas as pessoas que andam de carro têm uma breve noção desse cálculo e como chegar a esse valor.

Mas e no caso do seguro residencial?
Podemos aplicar a mesma regra?

Se isso fosse verdade, em uma casa de R$ 250 mil, teríamos que pagar (por ano) o total de R$ 12.500.
Um pouco salgado, não é mesmo?
Pois saiba que não é assim que o seguro residencial funciona.
Diferente do seguro auto, aqui os valores podem variar entre 0,05% a 0,5% do valor da cobertura básica desejada.
Ou seja: se você deseja contratar uma cobertura básica (incêndio, raio e explosão) no valor de R$300.000,00, podemos estimar que o valor do seguro ficaria entre R$150,00 e R$1.500,00.
Parece um valor razoável para manter o seu bem protegido, não é mesmo?
Outra diferença importante com relação ao seguro auto é que no seguro residencial você escolhe o valor que deseja declarar e, consequentemente, o valor da cobertura que você quer contratar.
Essa é uma boa alternativa para as pessoas que moram de aluguel.
Para esses casos, é interessante proteger somente os seus pertencentes no interior da casa ou apartamento.
Falando nos apartamentos, saiba que todo condomínio é obrigado a oferecer seguro para a estrutura do imóvel.
Você só precisa se preocupar com o interior!
Porém, isso não significa que você pode declarar que a sua casa de R$ 150 mil vale um milhão de reais.
Caso aconteça algum sinistro, a seguradora vai fazer uma análise para verificar o valor real do imóvel e o indenizará de acordo com isso.
Nunca é uma boa ideia mentir.

ALGUMAS DICAS ÚTEIS…

A contratação de um seguro residencial é um tema simples, mas que parece bastante complexo.
É por isso que eu separei mais algumas dicas úteis que podem ajudar quem está pesquisando sobre esse assunto.
A primeira delas é:  no caso de mudanças, é muito importante comunicar a corretora ou a seguradora e alterar as condições do contrato.
Uma reavaliação será realizada para estipular novos valores para as coberturas básicas e para as acessórias.
Lembre-se disso quando for mudar de casa!
Outra dúvida bastante comum é com relação as áreas externas da casa.
Será que o jardim, a piscina e o quintal estão cobertos pelo seguro?
A resposta é: depende da seguradora.
Algumas oferecem esse tipo de cobertura mais ampla, enquanto outras preferem comercializar seguros específicos para cada área.
Por isso, converse muito bem com a sua corretora para entender o que pode ou não ser segurado e quais são as necessidades de cada cobertura.

CONCLUSÃO: TENHA UM SEGURO RESIDENCIAL

Você já deve ter percebido que o seguro residencial é mais um daqueles seguros obrigatórios se você quer ter segurança e tranquilidade na sua vida.
E isso é a mais pura verdade!
Com este artigo, eu espero ter sanado as suas principais dúvidas sobre o assunto.
É lógico que muitas outras perguntas ainda podem surgir.
É para isso que você pode usar o campo dos comentários.
Eu terei o maior prazer em te ajudar e explicar o que eu puder sobre esse tema tão interessante e importante na vida de todo mundo.
E como recomendação final, gostaria de indicar a leitura dos meus outros artigos relacionados a seguros:

Tenho certeza de que estes artigos podem ajudar você a levar uma vida mais tranquila e com menos preocupações.
Afinal, esse é o principal objetivo dos seguros!
Um forte abraço,
Ramiro.