Risco em investimentos.
Você por acaso sabe como as suas decisões de investimento são tomadas?
Sabe quais são os aspectos que influenciam entre uma escolha e outra?
Consegue perceber que, muitas vezes, nosso cérebro nos sabota na tomada de decisões?
Eu consigo.
Não é à toa que o tema “finanças comportamentais” ainda é tido como “delicado” e é um muito pouco discutido.
Pensando nisso, hoje eu quero te apresentar dois conceitos que considero essenciais para você dominar:
- A tolerância ao risco; e
- A capacidade em assumir riscos.
Neste artigo, eu vou te ensinar a separar uma coisa da outra.
E também vou te ajudar a entender qual é a sua REAL tolerância ao risco e a sua REAL capacidade em assumir riscos.
Esse é um tema que também tem tudo a ver com o seu perfil de investidor.
E não se engane: esse é um assunto extremamente importante caso você queira evoluir como um investidor e melhorar a composição da sua carteira de investimentos.
Se esse tema chamou a sua atenção, convido você a ler este artigo até o final para dominar os seguintes pontos:
- POR QUE ESSES DOIS CONCEITOS SÃO IMPORTANTES?
- O QUE É RISCO?
- TOLERÂNCIA AO RISCO
- CAPACIDADE EM ASSUMIR RISCOS
- CONCLUSÃO
POR QUE ESSES DOIS CONCEITOS SÃO IMPORTANTES?
Você por acaso já ouviu falar nesses dois conceitos?
A tolerância ao risco e a capacidade em assumir riscos?
Eu faço esse questionamento porque eu percebi que há muita confusão acerca desse assunto.
E as pessoas, em via de regra, ignoram totalmente a etapa de entender como se sentem diante desses dois conceitos.
Essa é, na verdade, uma etapa que deve vir antes de começar a investir e montar a sua carteira de investimentos.
Caso contrário, os prejuízos podem ser grandes.
Sem um entendimento claro sobre esses conceitos, o investidor pode cometer o equívoco de montar uma carteira de investimentos que não esteja condizente com a sua tolerância e capacidade em assumir riscos.
Em outras palavras: você pode assumir riscos desnecessários ou ainda não assumir nenhum risco e comprometer o seu futuro financeiro por conta de um baixo retorno que será insuficiente para cumprir seus objetivos.
“Mas Ramiro, eu já invisto e nunca tinha ouvido falar sobre isso. E agora?”
Se esse for o seu caso, não se preocupe.
O conteúdo aqui é igualmente importante caso você já seja um investidor.
Como resultado do que você vai aprender aqui, é bem provável que você sinta necessidade de promover importantes mudanças na sua carteira de investimentos.
O QUE É RISCO?
O primeiro ponto que precisa ser levado em consideração aqui é a definição de risco.
Esse é um dos temas mais complexos do mercado financeiro e possui diversas facetas e definições diferentes.
Mas, para o propósito deste artigo, considere a seguinte definição de risco:
“A probabilidade de você perder dinheiro com os seus investimentos.”
Essa é a definição clássica de “risco de mercado”.
Observe os dois gráficos abaixo para entender melhor o que risco significa:
No primeiro gráfico, que mostra a evolução do Índice Ibovespa ao longo de mais de 20 anos, podemos ver que esse é um investimento com certo nível de risco.
Afinal, há momentos de perda relevantes no valor do investimento – como acontece a partir de 2007, por exemplo.
Porém, no segundo gráfico, que mostra a evolução de um investimento atrelado à taxa CDI, podemos observar um nível de risco completamente diferente.
Trata-se daquilo que chamamos de investimento livre de risco (ou risco zero).
Afinal, o retorno é previsivelmente positivo dia após dia.
Portanto, considerando a definição de risco que estamos utilizando, podemos afirmar com toda a certeza de que o investimento no Índice Ibovespa seria muito mais arriscado que um investimento atrelado ao CDI.
Com essa definição em mente, podemos finalmente explorar os conceitos de tolerância ao risco e capacidade em assumir riscos.
TOLERÂNCIA AO RISCO
A tolerância ao risco também pode ser entendida como disposição em assumir riscos.
Em suma, ela significa o quanto você aceitaria ter a mais de risco na sua carteira para ter, como contrapartida, a possibilidade de assumir maior retorno.
A disposição de assumir riscos é algo muito subjetivo e cada um possui a sua.
Isso acontece porque cada investidor é único e possui experiências e vivências distintas com os investimentos.
Assim, a disposição em assumir riscos também é única.
Mas como descobrir qual é a minha tolerância ao risco?
Infelizmente não existe um método definitivo para isso.
O que o investidor precisa fazer é imaginar qual seria a sensação em ver a sua carteira de investimento ter uma desvalorização de 5%, 10%, 25% e até 50% em um dado período.
É muito importante ressaltar que, diferente do que dizem muitos profissionais, a sua tolerância ao risco pode variar ao longo do tempo.
Além disso, ela é altamente impactada por eventos recentes.
Quer um exemplo?
No boom da bolsa de valores brasileira, mais ou menos entre 2003 e 2008, muitas pessoas passaram a investir em ações.
Naquela época, todo mundo se dizia ser um investidor arrojado ou um investidor de risco.
Nesse período, a bolsa subia constantemente, trimestre após trimestre, trazendo retornos muito superiores aos da renda fixa.
Com a grande crise de 2008, e principalmente com os anos de mal desempenho do Ibovespa entre 2011 e 2015, esses mesmos “investidores arrojados” tiveram grandes prejuízos e, como em um “passe de mágica”, passaram a se considerar investidores conservadores.
Ou seja: totalmente avessos ao risco.
Portanto, na hora de avaliar a sua disposição de assumir riscos, tenha em mente que isso pode ser afetado por eventos recentes.
Por mais difícil que isso possa ser, você não pode permitir que esses fatos atrapalhem o seu julgamento.
Quanto mais experiente for o investidor, mais fácil será entender a sua real tolerância ao risco.
Lembre-se também de considerar o chamado paradoxo do investidor conservador.
Esse é um conceito muito bacana que eu explico no vídeo abaixo:
CAPACIDADE EM ASSUMIR RISCOS
A capacidade em assumir riscos é um conceito bem mais simples de ser entendido.
Afinal, trata-se de uma questão muito mais objetiva do que a tolerância em assumir riscos.
A definição da sua capacidade de assumir riscos é como se fosse uma “sopa de questões pessoais e objetivas”.
Isso é: você pega a sua condição financeira atual, mistura com seu horizonte de investimentos, pega uma pitada da sua própria tolerância ao risco e junta tudo com o seu objetivo de retorno.
Assim é definida a sua capacidade em assumir riscos.
É simples assim.
Você pega esses quatro “ingredientes” e observa cada um deles.
Quanto maior for cada um deles, maior será a sua capacidade em assumir riscos.
Exemplo: imagine que você seja um investidor que entende muito bem o papel do risco e tem uma alta tolerância ao risco
Porém, em contrapartida, possui um horizonte temporal de apenas 1 ano – o que significa que terá que resgatar todos os seus investimentos nesse período.
Juntando apenas esses dois ingredientes, podemos perceber que você tem uma baixíssima capacidade de assumir riscos.
Em outras palavras: você não pode assumir riscos.
Seria algo completamente sem sentido para você, já que o seu horizonte temporal é muito curto.
Por outro lado, se você for um investidor com uma boa condição financeira, um longo horizonte temporal, uma boa disposição para assumir riscos e tem muito bem definido o seu objetivo de retorno, isso significa que você tem uma excelente capacidade de assumir riscos.
Em outras palavras: você pode montar uma carteira com uma grande porcentagem de renda variável sem medo de ser feliz.
CONCLUSÃO
Em suma:
Tolerância ao risco é um conceito subjetivo e tem relação com o quão mal você se sentiria ao ver o seu patrimônio variar para baixo em períodos de crise.
Também é muito importante lembrar que essa disposição pode variar com o tempo, sendo especialmente impactada por eventos recentes – isso é muito importante.
Já a capacidade de assumir riscos é um conceito bem mais objetivo e deve levar em consideração quatro fatores:
- Condição financeira atual;
- Prazo de investimentos;
- Objetivos de retorno;
- Tolerância ao risco.
Esses são os ensinamentos que eu gostaria de dar em relação aos riscos nos investimentos.
Mas agora eu quero ver o que você pensa.
Qual é a sua tolerância ao risco e qual é a sua capacidade de assumir riscos?
Faça essa análise e depois publique a sua resposta aqui na seção de comentários.
De quebra, quero convidá-lo para experimentar uma excelente ferramenta que pode ajudá-lo muito nesse processo.
Trata-se de uma análise online de seu perfil de investidor.
Esse é um formulário muito rápido de preencher (leva menos de 4 minutos) e que com certeza fará você aprender mais a respeito de si mesmo.
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Eu vou ficando por aqui!
Forte abraço,
Ramiro Gomes Ferreira.