Orçamento familiar: muitos sabem da sua importância, mas poucos o fazem.
Provavelmente, você se encaixe neste rol de pessoas.
Também é provável que você já conheça um pouco deste tema, sobretudo se você costuma acompanhar o Clube do Valor.
Eu sempre defendo que a criação de um orçamento é um ponto chave na sua busca pela independência financeira.
Porque ele compõe a base de um dos temas mais importantes para quem almeja o sucesso financeiro: o planejamento.
Sem um planejamento financeiro adequado, você dificilmente conquistará seus objetivos.
Saber disso é fácil.
Difícil mesmo é parar tudo para trabalhar no seu orçamento. Especialmente quando se vive em família.
Planejar e colocar em prática um orçamento familiar pode ser bastante complicado se alguns membros não estiverem dispostos a fazer concessões.
Às vezes é preciso abrir mão de itens supérfluos.
Refeições fora de casa (saiba como – e quanto – eu economizei por não fazer refeições mais fora de casa neste artigo), idas a shows, ao cinema ou ao shopping center são apenas alguns exemplos de atividades que geram gastos.
Gastos estes que, frequentemente, precisam ser revisados.
Se para um casal tomar essas decisões já é difícil, agora imagine uma família com filhos.
Nesse contexto, cada um tem suas prioridades, necessidades e vontades próprias.
Enfim, fica bem claro que não é nada fácil planejar e colocar em prática um orçamento doméstico.
E é justamente por isso que escrevi este artigo.
Aqui, vou lhe apresentar um passo a passo simples de como planejar um orçamento familiar e como colocá-lo em prática!
Vou ensinar detalhes preciosos, como:
Uma família é muito semelhante a uma pequena embarcação em alto mar.
Cada integrante é responsável por pegar o remo e contribuir para que o barco continue na direção correta.
Há aqueles que assumem o comando e ajudam os outros a continuar remando.
Porém, também temos pessoas que preferem largar o remo enquanto os outros fazem o trabalho pesado.
Ou pior: há aqueles que remam na direção contrária a todos os outros.
Definir um orçamento doméstico é dizer para os integrantes de uma família qual é a direção que o barco deve seguir.
Se você não sabe para qual direção levar a sua embarcação, faz diferença remar ou não remar?
É como diz o velho ditado de Lewis Carroll, o renomado autor do clássico “Alice no País das Maravilhas”:
O primeiro passo para estabelecer um orçamento familiar é anotar todos os gastos realizados pela família.
Não adianta passar batido por esse ponto.
É preciso ser bastante minucioso na hora de detalhar e levar em conta todos os gastos de todos os integrantes da casa.
Parece complicado, não é mesmo?
Para nossa sorte, há uma forma muito fácil de lidar com essa atividade: separar todos os gastos em despesas fixas e despesas variáveis.
Essa divisão também será muito importante na condução do passo #2 da implementação do orçamento familiar.
Eis uma forma de divisão das despesas:
Essa com certeza é a parte mais difícil do orçamento familiar.
É complicado abrir mão de alguns supérfluos, especialmente quando eles já fazem parte de sua rotina.
Entretanto, cortar as despesas vai ficando mais fácil à medida que você anota os gastos com mais frequência.
Sabe como?
Imagine a seguinte situação descrita abaixo:
Você está controlando todos os seus gastos e limitou todas as possibilidades de despesa.
Contudo, sua família está tendo dificuldades de colaborar e você não está vendo o dinheiro sobrar no orçamento familiar.
Qual é o problema de sua estratégia?
A falta de metas claras que vão ajudar a motivar os esforços de sua família.
Esse é o passo do orçamento doméstico que realmente dá um norte para todo o planejamento.
Até o momento, podemos dizer que a estratégia ensinou a família a remar da forma correta e parar de desperdiçar energia.
Agora é preciso direcionar o barco para a direção correta.
Para fazer isso, estabeleça metas que atendam às necessidades de cada um dos integrantes da sua família.
Neste momento, mais uma divisão ajuda a definir essas metas: pense sempre em curto, médio e longo prazo.
Assim, você terá mais facilidade para definir prioridades e entender exatamente como dividir o dinheiro controlado pelo orçamento familiar.
Um bom exemplo de metas bem definidas:
Depois de colocar em prática os três primeiros passos, fazer o mesmo com a quarta etapa é muito fácil.
Mesmo assim, muitos acabam ignorando.
Esta etapa consiste em você fazer uma manutenção do orçamento familiar.
O que seria esta manutenção?
Simplesmente lembrar os seus familiares de controlar os gastos, cortar despesas sempre que necessário e ressaltar as metas de curto, médio e longo prazo.
Para atender o quarto passo, você precisa se certificar de que está atendendo os três primeiros.
Simples assim!
Porém, essa simplicidade só é conquistada com o grande esforço que foi despedindo por toda a família.
No final das contas, o orçamento é familiar porque envolve todos os integrantes.
Todos precisam pegar o remo e levar o barco na direção correta.
Ao final da jornada, a recompensa é de todos.
- A importância do orçamento familiar
- A diferença entre despesas fixas e variáveis
- Formas de cortar despesas
- Como estabelecer metas de curto, médio e longo prazo
- O passo a passo para formular o seu orçamento doméstico
A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO FAMILIAR

Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve.Portanto, defina um orçamento doméstico para poder levar a embarcação (sua família) para a direção correta!
#1 – ANOTE TODOS OS GASTOS

- Despesas fixas: alimentação básica, aluguel do imóvel, financiamento da casa própria, condomínio, mensalidade da academia, conta de água, conta de luz, conta de gás, mensalidade da escola/colégio/faculdade, salário da empregada, seguro do carro, seguro de vida, seguro residencial e despesas com o transporte.
- Despesas variáveis: idas ao cinema/shopping, refeições fora de casa, gastos com passeios, mensalidade da internet e TV a cabo, produtos e serviços de beleza (salão, perfumes, cremes), despesas com animais de estimação, lazer de uma forma geral (futebol de final de semana, viagens de férias ou feriados, festas e reuniões com os amigos) e conta do cartão de crédito.
#2 – CORTE DESPESAS

- Todos os meses o seguinte gasto é anotado na lista de despesas variáveis de sua família: R$ 300 com a conta de telefone celular
- Uma rápida análise permite-nos concluir que essa é uma despesa recorrente (tem acontecido por pelo menos três meses seguidos), permanecendo sempre com esse valor alto
- Essa quantia representa um percentual considerável da renda familiar total, algo que fique entre 10% e 20%
- A família dispõe de outras formas de comunicação, especialmente aquelas que usam a internet
- Transformar esse gasto em uma despesa fixa?
- Trabalhar para reduzir os gastos com o telefone celular?
- Negociar o valor do plano com a operadora
- Estudar uma mudança de operadora
- Mudar os planos de pós-pago para pré-pago
- Economizar em ligações para telefones de outras operadoras
- Encontrar outros mecanismos de ligação que não gerem tantos custos, como mensageiros instantâneos que utilizam a internet
- Será que não é possível limitar as refeições em restaurantes e shoppings e optar por cozinhar em casa?
- Em vez de ir com tanta frequência ao cinema, não seria melhor alugar um filme para assistir com a família e evitar a necessidade de pagar um ticket para cada um? Ou melhor: assinar um serviço como o netflix e assistir vários filmes no mês por um preço bem mais em conta?
- Se o seu pet precisa tomar banho a cada 15 dias, seria possível fazer isso em casa pelo menos uma vez ao mês?
- Se para manter a autoestima em alta você precisa ir ao salão uma vez por mês, seria possível reunir um grupo de amigas e conseguir um pacote de desconto?
#3 – ESTABELEÇA METAS DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO

- Curto prazo (daqui a 1 ou 2 anos): guardar dinheiro para fazer uma viagem nacional em família, manter o orçamento doméstico totalmente controlado, comprar uma bicicleta nova (filho), investir em um curso de maquiagem (mãe e filha), comprar/construir uma churrasqueira (pai)
- Médio prazo (daqui a 3 a 5 anos): trocar de carro, ingressar em uma universidade (filhos), voltar a estudar (pai e mãe), sair do aluguel
- Longo prazo (daqui a 6 a 10 anos): guardar dinheiro para fazer uma grande viagem internacional em família, terminar de pagar o financiamento da casa, concluir os estudos (filhos), fazer uma segunda lua de mel (pai e mãe)
#4 – GERENCIE O ORÇAMENTO FAMILIAR
