Você possui uma estratégia clara sobre quando vender seus investimentos?
Acredito que não.
E acho isso normal…
Afinal, esse é um assunto que quase nunca é abordado quando falamos de educação financeira e investimentos.
Muito tempo e energia são dedicados ensinando quando comprar um ativo, mas pouco se fala sobre quando vender.
No máximo, você ouviu algumas frases bem clichê sobre esse tema, como…

Venda rápido os ativos que caíram e mantenha os vencedores….
Ninguém nunca quebrou ao se desfazer de uma posição vencedora….
É sempre bom realizar um lucro….

O problema é que essas frases, por si só, não dão muita ajuda no momento em que você vê os seus investimentos, na prática, se valorizando ou se desvalorizando.
E essa variação de preços no dia-a-dia do mercado financeiro pode te paralisar.
Especialmente se você não tiver um método claro sobre quando vender seus ativos.
E é por isso que, nesse artigo, eu vou te mostrar 3 importantes perguntas que você deve fazer a si mesmo para entender se você deve vender algum de seus investimentos…
E, também, as 5 principais razões que podem acarretar na venda de algum ativo no mercado financeiro.
Parece interessante?
Então continue lendo para saber mais sobre pontos como…

E faça bom proveito desse excelente material 🙂

AS 3 PERGUNTAS PODEROSAS QUE VOCÊ DEVE FAZER A SI MESMO HOJE

Investir é um misto de ciência e de arte.
E um dos aspectos mais importantes da sua trajetória como investidor é ter um bom autoconhecimento.
Deixe-me explicar melhor: você precisa entender bem o porquê de estar investindo, ter objetivos bem claros e entender qual é o seu perfil de investidor.
Isso tudo antes de começar a investir.
Porém, eu sei que a realidade não é assim.
9 a cada 10 investidores saem realizando compras de ativos sem antes criar o seu planejamento financeiro.
E, nesse caso, você precisa fazer a si mesmo, ainda hoje, essas três perguntas que seguem abaixo.

Pergunta #1 – Qual tipo de investidor eu sou? conservador, moderado ou agressivo?

Essa pergunta é muito importante.
Essa definição quase-binária de “conservador, moderado ou agressivo” pode parecer uma grande balela… Mas não é.
Você precisa fazer um teste de perfil de investidor e entender bem qual é a sua tolerância ao risco.
E aqui é muito importante, também, você conhecer o paradoxo do investidor conservador.
Esse é um conceito bastante interessante que eu explico melhor nesse vídeo aqui:

Por que você precisa entender bem o seu perfil?
Vamos começar com um exemplo:
Digamos que você é um investidor moderado, com uma certa alocação em renda variável.
Daí, com o tempo, essas aplicações em bolsa de valores começam a subir muito.
Muito mesmo.
Daí você percebe que com essas altas, a sua carteira ficou com muito peso em renda variável e, consequentemente, mais arriscada.
Ou seja: você virou um investidor moderado com uma carteira agressiva.
E, nesse caso, você teria que vender ações para reduzir o risco da sua carteira.
Entendeu a lógica?
Ela mostra bem porque é tão importante trabalhar essa questão do autoconhecimento.
A boa notícia aqui é que você pode descobrir em menos de 3 minutos qual tipo de investidor você é.
Para isso, basta clicar na imagem abaixo e acessar a nossa ferramenta gratuita de análise de perfil de investidor.
Trata-se de um questionário que vai mostrar qual tipo de investidor você é, com base nas suas respostas à uma pequena série de perguntas.
Tenho certeza de que ele será muito útil para você.

Pergunta #2 – qual é o seu horizonte temporal?

Saber qual é o seu horizonte temporal é importantíssimo.
É pré-requisito para qualquer operação de compra de investimentos que você queira fazer.
Afinal, diferentes horizontes temporais te permitem ter diferentes carteiras de investimento.
E aqui vou usar mais um exemplo para explicar meu ponto:
Digamos que o seu grande objetivo de vida é comprar uma casa nova em 2 anos.
Nesse caso, você não deveria investir em ações ou qualquer outro ativo de renda variável.
Isso porque como o seu horizonte é curto (para o “universo” de investimentos), e a renda variável tem o retorno VARIÁVEL (e não oferece nenhuma certeza de alta em horizontes de 2 anos), você estaria assumindo um risco incompatível aqui.
Então, ao fazer essa pergunta, existem boas chances de você descobrir que você cometeu um erro ao comprar o ativo e, consequentemente, perceber que precisa vendê-lo imediatamente.
Cappiche?

Pergunta #3 – por que eu comprei esse ativo?

Sim.
Outra pergunta óbvia, mas que eu vejo muitos investidores negligenciando.
Se você não sabe o que te levou a comprar um ativo, então você não saberá quando vendê-lo.
Por isso, dê uma olhada bem analítica na sua carteira de investimentos e pergunte-se:

Por que eu comprei esse ativo aqui?

Em seguida, repita a pergunta para todos os ativos que você possuir.
Não importa se é um título público, um fundo imobiliário, uma CDB ou uma ação.
Repita esse procedimento com todos os ativos que você possui em carteira.
Se há algum ativo que você não saiba por que adquiriu, então repense essa posição.
Entenda se você compraria esse ativo novamente hoje ao preço que ele está.
Se a resposta for não….
Então venda.
Afinal, não comprar um ativo ao preço que eles está sendo negociado no mercado é quase o equivalente a você ter que vender esse ativo, se você o possui.
E isso faz sentido, não é?
Essas 3 perguntas que eu apresentei são bastante importantes para avaliar se você deve realizar vendas de seus ativos.
Porém, elas funcionam melhor se forem pensadas em conjunto com as 5 situações que podem gerar a venda de um ativo, que é o que eu vou te apresentar agora.
Vamos lá!

5 SITUAÇÕES PARA AVALIAR A VENDA DE UMA AÇÃO, RESGATE ANTECIPADO DE UM TÍTULO PÚBLICO OU VENDA DE QUALQUER ATIVO

Assim como as perguntas, é essencial que você conheça as 5 principais situações que podem acarretar uma venda de ativos.
Por quê?
Porque ao conhecer essas situações, você identifica com muito mais clareza um momento crítico de venda.
E perceber esses momentos críticos de venda facilitam muito a sua vida como investidor.
Afinal, dessa maneira você terá muito mais segurança em relação às suas atitudes no mercado financeiro.

Situação #1: Rebalanceamento

Eu sou um grande fã do conceito de rebalanceamento. 
Rebalancear a carteira é fazer as operações necessárias para trazer a sua carteira de volta a sua composição “ideal”.
É vender um pouquinho daquilo que ganhou peso na sua carteira e comprar aquilo cujo peso caiu.
Talvez se você ler esse nosso completo artigo sobre alocação de ativos, ou assistir o vídeo abaixo, fique bem mais fácil de entender esse conceito:

O principal benefício do rebalanceamento é que ele é uma forma sistemática de comprar barato e vender caro.
É a forma mais simples de manter a sua carteira com o perfil de risco que seja adequado ao seu.
Lembra da primeira pergunta que apresentei neste artigo?
Pois ela é especialmente importante para que você entenda qual é o seu perfil de investidor e, consequentemente, o perfil de risco que a sua carteira pode assumir.

Situação #2: Existem oportunidades melhores de investimento no momento

Já vou começar deixando um ponto muito claro aqui:
Eu não gosto dessa ideia.
Já explico melhor o porquê disso.
Mas antes, deixe-me explicar melhor:
Essa situação ocorre quando você percebe uma grande oportunidade de investimento, mas não possui capital ou liquidez necessária para investir nessa oportunidade.
Seria como você identificar uma ação muito barata ou uma CDB ou LCI que ofereça excelentes condições de rentabilidade para os seus objetivos financeiros e, aí, tenha que vender algo para “abraçar” essa oportunidade.
Talvez você esteja se perguntando…

“Mas isso faz total sentido… Por que você não gosta dessa hipótese?”

Eu não gosto porque eu percebo claramente como nós somos abarrotados diariamente com supostas “oportunidades” de investimentos.
Então, se você dá margem a esse tipo de situação, pode acabar deixando que o seu emocional entre em campo.
E, como já bem vimos, se você deixar que as suas emoções tomem conta do seu processo de investimentos, muito provavelmente você tomará más decisões de investimentos.

Situação #3: O Preço alvo foi atingido

Essa situação acontece muito para os investidores que gostam da técnica de valuation ou com investidores que usam stop.
Valuation é uma técnica para você tentar determinar o “preço justo” de um ativo…
De uma ação, fundo imobiliário, debênture ou qualquer tipo de ativo.
A ideia aqui seria você identificar uma ação cujo preço justo é 15 reais e comprar ela no mercado por 10 reais.
Daí, se o preço chegar ao que você enxerga como o preço justo, a ideia seria vender essa posição.
No outro caso, no caso do stop, seria você comprar o mesmo ativo por 10 reais e definir uma perda máxima aceitável…
Digamos, definir que você venderia esse ativo por 7 reais, se ele caísse 30%.
Esse conceito de stop é muito mais utilizado pelo pessoal da análise técnica, já que eles costumam concentrar seus investimentos em poucos ativos.
Eu, pessoalmente, não gosto nem da técnica de valuation e nem do investimento concentrado com stop.
Mas, para não tornar esse artigo muito maçante, vamos deixar para falar mais sobre isso em outras oportunidades.
Por isso, passamos direto aqui para a situação número 4.

Situação 4: As regras que você definiu indicam a venda

Essa situação é bem comum se você utiliza alguma estratégia específica de investimentos.
Uma estratégia, por exemplo, que te indique compra para as ações em bolsa que estão com os seus indicadores mais baratos.
Pois bem: se você tem uma estratégia com regras bem claras a serem seguidas e essas regras indicam que você deve vender um ativo que você possui, então, né…
Venda ele.

Situação 5: As suas circunstâncias pessoais mudaram

Por fim, chegamos à última situação de venda de um ativo.
Essa é mais rara.
Afinal, serão poucas as vezes na sua vida em que as suas circunstâncias como investidor vão mudar.
Isso pode acontecer quando você originalmente investe apenas com um objetivo de longo prazo, como com o objetivo de alcançar a sua independência financeira, e aí surge um objetivo de curto ou médio prazo mais urgente…
Ou pelo contrário, quando você deixa de ter apenas objetivos de curto prazo e passa a ter, também, objetivos de longo prazo.
Em ambos os casos, você deve rever as posições da sua carteira.
Afinal, como bem sabemos, carteiras de longo prazo aceitam classes de ativos mais voláteis e que tendem a render mais em longos períodos, como investimentos atrelados ao exterior, ações e fundos imobiliários.
Já as de curto e médio prazo precisam ser bem mais concentradas em ativos de renda fixa e com uma grande previsibilidade de retornos.

CONCLUSÃO – AGORA VOCÊ SABE QUANDO VENDER UM ATIVO

Então, resumindo, se você quer saber quando vender um ativo, antes de mais nada você deve fazer três perguntas a si mesmo:

  • Qual tipo de investidor eu sou? conservador, moderado ou agressivo?
  • Qual é o meu horizonte temporal?
  • Por que eu comprei esse ativo?

Essas são perguntas pré-requisitos para seus investimentos.
Num mundo ideal, você deveria ter realizado elas antes de ter realizado qualquer compra de ativos.
Mas eu acredito que você não as tenha feito.
Afinal, quase ninguém faz.
Nesse caso, preciso ser bem claro: faça elas agora mesmo.
Se elas não indicarem uma venda imediata de um ou mais ativos da sua carteira, então certamente alguma dessas situações vai te indicar:

  • Rebalanceamento
  • Novas oportunidades
  • Preço-alvo ou preço-limite atingido
  • Regras de investimento indicam venda
  • Mudanças nas circunstâncias pessoais

Dessas situações, de longe a que eu mais gosto é a do rebalanceamento.
Para mim, o rebalanceamento é o grande segredo por trás da estratégia de alocação de ativos e é a maneira mais confiável da gente tirar totalmente o nosso emocional do campo dos investimentos.
E é isso.
Simples assim.
Só seguir esse passo a passo que você saberá sempre quando vender e quando não vender um investimento.
Então agora por favor compartilhe esse seu artigo nas redes sociais.
Assim, você vai me ajudar a fazer com que essa mensagem chegue a mais e mais pessoas.
Juntos, estaremos fazendo crescer essa rica comunidade de investidores conscientes!
Forte abraço,
Ramiro Gomes Ferreira.