Na hora de investir dinheiro, é muito comum que os indivíduos decidam seguir influências externas de profissionais da área, como assessores ou analistas de investimento. Porém, há diversos exemplos de conflitos de interesse que ilustram como você pode ser prejudicado no processo.
Eles surgem na sobreposição das motivações do profissional em relação aos objetivos financeiros do investidor. Assim, fazem com que a situação seja desvantajosa para você. Para lidar e, principalmente, evitar o cenário, o melhor caminho é conhecer o que caracteriza os interesses conflitantes.
Por isso, vale conferir 4 exemplos comuns e que merecem a sua atenção. Saiba mais sobre os conflitos financeiros a seguir!
O que é conflito de interesses no mercado financeiro?
O conflito de interesses consiste em uma situação na qual há o desalinhamento entre os objetivos e as motivações de duas ou mais pessoas. É o que ocorre quando um profissional tem um interesse diferente do objetivo de seu cliente e age em benefício próprio — e não a favor de quem o contrata.
No mercado financeiro, o conflito de interesses existe quando o foco não está no que é melhor para o investidor e, sim, para o profissional da área. Nessa situação, você pode receber informações enviesadas, distorcidas ou mesmo incorretas, o que afeta diretamente a sua tomada de decisão.
Nem sempre o conflito de interesse ocorre de maneira proposital ou deliberada. Ele pode acontecer de modo inconsciente. Mas, ainda assim, gera efeitos negativos.
Como os conflitos financeiros podem afetar seus resultados?
A principal razão para reconhecer os conflitos financeiros envolve os impactos que eles podem causar sobre o seu desempenho.
Tais situações podem fazer com que você escolha investimentos que não são ideais para o seu perfil ou para os seus objetivos. Como consequência, a performance de toda a carteira pode ser prejudicada ou seguir um caminho diferente das suas expectativas.
Também pode acontecer de você ter custos operacionais maiores que o necessário. Isso afeta o retorno líquido que é obtido, o que prejudica o alcance dos seus objetivos definidos. No final, o investidor é o principal prejudicado por um cenário do tipo.
4 Exemplos de conflitos de interesse no mercado financeiro
Como os conflitos de interesse são tão prejudiciais para os seus resultados, conhecer os exemplos permitirá que você fique mais atento. Assim, na hora de fazer investimento, será possível analisar as condições para ter a certeza de que os seus interesses são a prioridade nas decisões.
Para se preparar e se proteger, veja quais são 4 conflitos de interesse muito comuns no mercado financeiro!
1. Metas dos gerentes bancários
Ao montar uma carteira de investimentos, um dos principais conflitos de interesses com o qual você pode se deparar envolve a atuação dos gerentes bancários.
Esses são profissionais de uma instituição financeira que oferece investimentos, como títulos ou fundos. Na outra ponta está o investidor, em busca de boas oportunidades.
O problema está no fato de que o gerente bancário busca atender aos interesses de seu empregador. Ou seja, a grande instituição financeira. Como consequência, ele pode recomendar produtos que são vantajosos para o banco, mas não para o investidor.
Soma-se a isso o fato de que muitos gerentes têm metas que precisam ser cumpridas durante o mês, por exemplo. Logo, o profissional pode induzir um investidor a escolher produtos financeiros apenas para atender ao interesse pessoal de cumprir as próprias metas.
2. Remuneração de assessores de investimento
Outro conflito bastante comum envolve o modo de remuneração de boa parte dos assessores de investimentos. Como a assessoria de investimentos é gratuita para o cliente, os agentes são remunerados pelas instituições financeiras, como a corretora de valores.
Na prática, os ganhos correspondem a uma porcentagem dos custos que o cliente paga na forma de taxa de corretagem. Por isso, há produtos com taxas maiores, bem como alternativas que geram uma porcentagem maior.
Embora o assessor não possa indicar investimentos ou fazer recomendações, ele atua como um tipo de distribuidor dos produtos financeiros. É como se fosse um vendedor ou o ponto de contato direto com quem investe.
Devido ao modo de remuneração e a como o assessor se relaciona com o cliente, o profissional pode apresentar produtos que oferecem uma comissão maior, em vez daqueles que podem ser mais interessantes para o cliente.
Sem conhecer outras possibilidades, o investidor pode terminar com uma alternativa que não é exatamente adequada ao seu perfil de investidor e/ou objetivos pessoais.
3. Recomendações de analistas de investimentos
Já os analistas de investimentos são responsáveis por apresentar indicações de oportunidades ou ameaças, a partir de um estudo sobre o mercado e suas condições. Muitas vezes, são remunerados pelos relatórios que vendem. Então, quanto mais clientes obtêm, maior pode ser o retorno por análise.
Essa situação pode fazer com que eles adotem uma abordagem agressiva ou mesmo que induza o investidor ao erro. É o caso de relatórios que usam títulos ou termos chamativos, fazendo parecer que trazem oportunidades imperdíveis.
Se o investidor se basear apenas na informação qualificada, corre o risco de fazer escolhas que podem não ser alinhadas com suas características. O conflito existe porque o foco do analista, em um cenário como esse, não foi apresentar uma visão ampla e, sim, aumentar as próprias vendas.
4. Parcerias de gestores financeiros
Ao contrário dos outros profissionais citados, os gestores financeiros são remunerados diretamente pelo investidor. A ideia é prestar um atendimento totalmente personalizado, que considere perfil, objetivos, planejamento financeiro e oportunidades do mercado.
Assim, fica mais fácil prevenir conflito de interesses. Contudo, embora não haja um conflito pela origem de remuneração, podem surgir problemas sobre a atuação do gestor em relação às instituições financeiras no caso de parcerias.
Um profissional da área pode fazer parcerias com assessorias e outras empresas, direcionando os clientes para tais negócios. Em troca, recebe parte do que é cobrado de quem investe, por exemplo.
Então, apesar de o investidor ter acesso a alternativas que, teoricamente, são ideais para ele, pode ter custos operacionais maiores que o necessário devido a esse tipo de acordo. Logo, é preciso ficar atento.
Ciente desses 4 exemplos de conflitos de interesse no mercado financeiro, você tem a chance de se proteger de maneira mais efetiva. Com isso, poderá cuidar melhor dos próprios interesses e favorecer o alcance de resultados com o seu portfólio.
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