Ah, as Small Caps!

Empresas de baixa capitalização da Bolsa de Valores que podem ser uma excelente opção para investidores que buscam valorização de seus papéis no longo prazo!

Investindo nelas com método e estratégia, você pode realmente turbinar sua carteira de ações!

E o melhor: elas possuem um índice para simplificar o acompanhamento de seu desempenho!

Este é o Índice de Small Caps, também conhecido como o Small Cap ou SMLL!

E é sobre ele que vou falar neste artigo!

Depois de uma breve explicação sobre as Small Caps e sobre por que elas podem ser uma boa opção para seus investimentos, vou explicar tudo sobre esse interessante Índice da B3!

Desde suas regras, até sua composição e rentabilidade!

Se isso tudo te interessa, acompanha este texto com atenção!

O QUE SÃO AS SMALL CAPS?

Small Caps da Bolsa de Valores

Para definir as Small Caps, é interessante antes definir o que são as Blue Chips.

Pense um pouco: quando você pensa na Bolsa de Valores brasileira, quais são as primeiras empresas que vêm à sua mente?

Provavelmente companhias como Vale, Petrobras, Itaú e outras gigantes, não é?

Pois é: essas são as chamadas Blue Chips, empresas grandes e já muito consolidadas no mercado.

Porém, a B3 não é composta apenas de ações de megaempresas com muito tempo de mercado.

Há também aquelas que estão no outro lado desse espectro.

E essas são as chamadas Small Caps.

As Small Caps são aquelas empresas listadas em Bolsa que possuem menor capitalização.

De acordo com a definição tradicional, seriam aquelas companhias que possuem valor de mercado entre US$ 300 milhões e US$ 2 bilhões.

Porém, com a questão do câmbio e variações muito grandes do mercado brasileiro, a B3 considera Small Caps as ações das empresas que estão entre as 15% com menor capitalização na Bolsa.

Essas empresas, por serem muito novas ou por atuarem apenas em um nicho específico, não são tão grandes quanto as outras presentes na Bovespa, como as Blue Chips ou Large Caps.

E isso faz com que elas tenham algumas características específicas:

  • Muitas vezes, têm menos liquidez
  • Maior potencial de crescimento no longo prazo
  • Maior incerteza quanto ao futuro
  • Menor visibilidade no mercado (são ignoradas por mais gente)

E são justamente esses fatores que tornam as Small Caps um investimento interessante!

Para entender melhor, pense nos exemplos da Ambev e da cervejaria Tupiniquim.

A Ambev, em 2019, foi responsável por praticamente 70% do mercado de cervejas no Brasil.

Já a cervejaria Tupiniquim ainda ocupa uma fatia muito pequena desse mercado.

Para duplicar de tamanho, a Ambev precisaria não apenas comprar concorrentes mas também fazer com que os brasileiros tomassem MAIS cerveja (já que ela já é dona de mais da metade do mercado existente).

E os brasileiros já bebem bastante cerveja.

Já a Tupiniquim, ocupa uma parcela reduzida do mercado de cervejas do Brasil (porém crescente – em 2019, o ramo de cervejas artesanais cresceu de 3,5% para 4,5% do total).

Sendo assim, ela pode realisticamente duplicar de tamanho com bem mais facilidade.

Empresas menores dependem mais de si mesmas para crescer, enquanto para empresas maiores é necessário haver mudanças estruturais maiores.

Por isso, empresas Small Caps muitas vezes têm resultados mais interessantes do que as Blue Chips.

O desempenho médio dessas empresas é medido pelo Índice Small Caps (SMLL), que vou explicar a seguir.

COMO FUNCIONA O ÍNDICE DE SMALL CAPS (SMLL)?

O ÍNDICE DE SMALL CAPS (SMLL)

O SMLL é um índice de ações, ou seja, é uma carteira teórica de ativos formada pela B3 com as empresas que se enquadram na sua definição de “Small Cap”.

Ele serve para ilustrar o desempenho médio das cotações das ações de empresas de menor capitalização, e obedece o formato de “Retorno Total”, ou seja, considera reinvestimento de dividendos.

Para poder entrar no Índice de Small Caps (SMLL), as empresas devem satisfazer esses critérios:

  • Estar entre os 15% de empresas com o menor valor de mercado na Bolsa.
  • Estar entre os 99% de ativos mais negociados na Bolsa nas últimas 3 carteiras.
  • Estar presente em 95% dos pregões ocorridos durante as últimas 3 carteiras.

Além disso, uma ação pode ser excluída do Índice de Small Caps se:

  • Entrar entre os 82% de ativos com maior valor de mercado da Bolsa.
  • For um “Penny Stock” (ação negociada por menos de R$ 1,00 por cota)
  • For um BDR (Brazilian Depositary Receipt)
  • Estar em recuperação Judicial ou Extrajudicial
  • Estar em regime de Intervenção ou Administração temporária

Aplicando esses critérios, a B3 fica com uma carteira constantemente atualizada de ações que representam o Índice de Small Caps!

No momento em que estou escrevendo este artigo, em 18 de setembro de 2020, as 25 maiores participações da carteira do Índice de Small Caps são essas, da maior para a menor:

Vale lembrar que a “Participação” percentual no Índice é baseada no valor de mercado das empresas, ou seja, quanto maior sua participação, mais perto de não ser mais uma Small Cap a empresa está!

Mas agora você pode estar se perguntando: como o Índice de Small Caps foi nos últimos anos?

Teria ido melhor do que o Ibovespa, que tem todas as ações, até as gigantes?

A resposta é sim.

O gráfico abaixo inclusive mostra que o Índice de Small Caps teria batido o Ibovespa por uma boa margem desde 2008:

Bem interessante, não?

O potencial de valorização das empresas menores realmente parece se traduzir em mais rentabilidade no longo prazo.

E ver isso pode ter feito surgir outra pergunta importante: eu posso investir nesse Índice?

Vou responder tudo isso na próxima seção do artigo!

COMO INVESTIR NO ÍNDICE DE SMALL CAPS (SMLL)?

COMO INVESTIR NO ÍNDICE DE SMALL CAPS (SMLL)?

Antes de qualquer outra coisa, vou afirmar: não é possível investir diretamente no Índice de Small Caps, assim como em nenhum outro índice.

Porém, é justamente para isso que existem os ETFs (Exchange Traded Funds), ou Fundos de Índice, em português.

Esses são Fundos de Investimento negociados em Bolsa como ativos e que possuem um modelo de gestão passiva que replica algum índice do mercado.

Pense assim: se uma ação é uma flor, um ETF é um buquê de flores, no qual as flores existem na proporção em que se encontram no índice que o ETF replica!

Assim, o gestor compra ativos na proporção do índice e o ETF tem uma rentabilidade percentual praticamente igual ao de sua carteira teórica de ações!

E existe um ETF que replica o Índice de Small Caps: o SMAL11 (iShares Small Cap Fundo de Índice)!

Esse é um ETF administrado pelo Banco BNP Paribas e gerido pela BlackRock do Brasil e que tem uma rentabilidade muito semelhante ao SMLL!

No momento em que escrevo este artigo, em 18 de setembro de 2020, ele está sendo negociado na Bolsa a um valor de R$ 116,81 por cota:

Investir nesse ETF seria uma boa alternativa para alguém que se interessa pelo Índice de Small Caps poder ter uma rentabilidade semelhante a dele.

Mas é assim que nós investimos em Small Caps aqui no Clube do Valor?

Na verdade, não…

Nós temos Small Caps em nossa carteira de ações, porém, elas são selecionadas dentro de nossa estratégia principal de investimentos.

Continue lendo para entender!

COMO COMPRAR AÇÕES BARATAS

ações baratas

Nós investimos em Small Caps aqui no Clube do Valor!

Não por buscá-las especificamente ou por ter uma predileção especial por elas… nós nem fazemos distinções desse tipo entre ações.

Porém, como usamos nossa Estratégia DOBRAR, baseada no Deep Value Investing, para investir em ações descontadas do mercado, quase que invariavelmente algumas Small Caps acabam em nossa carteira de ações!

Para entender muito mais sobre essa nossa estratégia de seleção de ações, dê uma olhada nesse artigo!

Essa é, inclusive, uma das várias técnicas avançadas de investimento em ações que ensinamos com o nosso curso de investimento na Bolsa de Valores.

Você pode conhecê-lo melhor clicando aqui!

E, com isso, me despeço por hoje!

Espero que tenha gostado do artigo, e bons investimentos!

Antonio Dias Stein