Você sabe o que é benchmark? Ainda não? Então saiba que se você pretende se tornar um investidor, um dos conceitos que precisa conhecer é esse. Afinal, o uso desse índice é essencial para a escolha de ativos que realmente tragam bons retornos. 

Convém destacar que o grupo de investidores no Brasil não para de crescer! Segundo matéria da CNN Brasil, a B3 registrou, no ano de 2021, um crescimento de 56% de investidores pessoa física quando comparado a dezembro de 2020.

Portanto, se você também quer fazer parte desse ou de outros crescentes grupos de investidores, o ideal é pesquisar todas as informações necessárias para saber como investir e, assim, obter retornos financeiros satisfatórios.

Para te ajudar nessa busca por conhecimento, o Clube do Valor preparou este conteúdo completo! Aqui, vamos te explicar o que é benchmark, quais são os seus principais índices de referências e como investir em índices de mercado. Acompanhe a leitura!

O que é benchmark no mercado financeiro?

No mercado financeiro, o benchmark corresponde a um parâmetro utilizado como referência para avaliar a performance de um ativo ou de um fundo de investimento.

Portanto, com esse padrão, é possível analisar o desempenho e a rentabilidade de um investimento a partir da definição de um indicador, como o IPCA ou a Selic, por exemplo.

Vale dizer que para realizar uma avaliação, esse índice de referência leva em consideração diversos aspectos, como o tipo de investimento, o perfil do investidor, a performance de aplicações semelhantes, o nível de riscos, entre outros.

Ou seja, não se trata de uma análise isolada, mas sim pautada em relevantes e importantes parâmetros para determinado nicho de investimento.  

Benchmark no mercado financeiro

Qual a importância do índice de referência?

Como já é possível imaginar, o benchmark é extremamente importante e relevante no mercado financeiro. E isso pode ser explicado por diversas razões.

A primeira é que esse índice de referência permite que um investidor, pessoa física ou jurídica, avalie se as suas práticas e estratégias financeiras estão direcionadas de forma correta. A partir disso, é possível se manter na mesma direção ou traçar novas rotas.

Além disso, o benchmark permite a comparação entre diferentes aplicações a fim de compreender qual delas é a mais vantajosa. Para isso, ele leva em conta os riscos dos investimentos, seus históricos, desempenhos atuais, entre outros aspectos.

No entanto, convém mencionar que esse parâmetro permite a comparação apenas da performance entre investimentos similares, como: imóveis com imóveis, ações com ações etc. Afinal, cada grupo possui suas especificidades e particularidades.

Portanto, para cada tipo de investimento, é preciso definir benchmarks específicos. 

Aplicações do benchmark nos investimentos

Agora que você já sabe o que é benchmark, é hora de compreender como esse índice de referência funciona na prática. 

Cálculo da taxa de performance em fundos

No regulamento de boa parte dos fundos de investimentos consta uma taxa de performance, que nada mais é do que uma cobrança aplicada quando a rentabilidade de um fundo excede a quantia estabelecida pelo benchmark.

Isso quer dizer que todas as vezes que uma aplicação rende acima do índice de referência, a taxa de performance é aplicada sobre o excedente.

Por outro lado, caso o rendimento do investimento seja equivalente ao que já era esperado pelo benchmark, então essa taxa não é cobrada.

Vale dizer que essa é uma forma de bonificar o trabalho assertivo do gestor do fundo e de incentivá-lo a sempre adotar estratégias assertivas que contribuam para a boa rentabilidade do investimento.

Com relação à cobrança da taxa de performance, essa ocorre de forma semestral e automática. Ou seja, quando a meta definida pelo benchmark é ultrapassada no semestre, automaticamente a taxa é aplicada.

Além disso, embora não exista uma regra específica, normalmente a taxa de performance corresponde a cerca de 20% da quantia excedente.

Por exemplo: imagine que um fundo de investimento utiliza o CDI como índice. Se esse render 25% ao ano e o fundo render 30% ao ano, quer dizer que esse excedeu em 5% o benchmark. Então, os 20% dessa taxa de performance são aplicados sobre os 5% da rentabilidade que excedeu. 

Medir desempenho em carteiras de investimento

Uma outra importante aplicação do benchmark é a mensuração do desempenho em carteiras de investimento. Isso porque esse índice permite que sejam definidos indicadores que servirão de base para medir a real performance de determinado investimento. Mas como assim?

Bem, a performance de uma carteira não pode e nem deve ser avaliada apenas pela quantia de dinheiro que ela rendeu. Afinal, digamos que ela tenha rendido 30%. Como você saberá se esse número é bom ou ruim?

Nesse sentido, o benchmark considera inúmeras variáveis para comparar a rentabilidade dessa aplicação com determinado indicador e, assim, avaliar se os seus resultados foram bons ou não. 

5 tipos de índices na bolsa brasileira

Para que você possa compreender melhor o mercado de investimentos, é preciso conhecer os índices de mercado, principalmente os da bolsa brasileira. Afinal, eles são responsáveis por nortear todas as estratégias de investimento.

Para quem não sabe, os índices de mercado são uma espécie de carteira de investimentos hipotética, isto é, indicadores utilizados para demonstrar o desempenho do mercado de ativos e apresentar as tendências desse. Logo, alguns deles são comumente utilizados como benchmarks para mensurar a performance dos papéis.

Desse modo, os investidores devem acompanhar diferentes índices para avaliar as altas e baixas do mercado (Bull e Bear Market), inferir se determinado investimento trará uma boa rentabilidade e realizar comparações entre ativos.

Dito isso, vamos conhecer quais são os 5 tipos de índices de mercado na bolsa de valores brasileira!

Tipos de índices na bolsa brasileira

Índices amplos

Os índices de mercado amplos são aqueles que apresentam um panorama mais abrangente do mercado de ações, como o próprio nome sugere. Dentro deles, estão as principais empresas listadas na bolsa de valores.

Nesse sentido, os índices amplos na bolsa brasileira são:

  • Índice Bovespa (IBOV): mais conhecido como Ibovespa, esse é o principal e mais antigo índice da bolsa de valores brasileira. Ele apresenta de forma fidedigna o comportamento médio das principais ações.
  • Índice Brasil (IBXX): conhecido como IBrX, é composto pelos 100 ativos mais líquidos da Bovespa.
  • Índice Brasil 50 (IBXL): conhecido como IBrX-50, é composto pelos 50 ativos mais líquidos da Bovespa.
  • Índice Brasil Amplo (IBRA): oferece um panorama mais abrangente do mercado de ações, uma vez que mensura o desempenho das ações de todas as empresas listadas na BM&FBovespa que atendam a alguns requisitos. 
  • Índice Mid-Large Cap (MLCX): avalia o comportamento das empresas com maior valor de mercado e capitalização.
  • Índice Small Cap (SMLL): mede o comportamento das empresas listadas na bolsa que possuem menor capitalização.
  • Índice Valor BM&F Bovespa (IVBX): é composto por 50 ativos e mensura o desempenho de empresas que possuem um excelente conceito.
  • Índice de Dividendos (IDIV): mede o comportamento das empresas que ofereceram maior remuneração aos investidores. Por isso, é composto pelas organizações que apresentaram os maiores rendimentos de dividendos nos últimos dois anos. 

Índices de governança

Os índices de governança corporativa apresentam a performance média das cotações dos papéis de empresas que possuem uma melhor governança de sua gestão.

Isso quer dizer que os índices são compostos por organizações mais transparentes, com boa prestação de contas e responsabilidade corporativa e que, portanto, estão classificadas no Nível 1, Nível 2 ou Novo Mercado da Bovespa.

Desse modo, os índices de governança corporativa são:

  • Índice de Ações com Governança Corporativa (IGCX): conhecido como IGC, esse índice mensura a performance das organizações que apresentam consideráveis níveis de governança corporativa.
  • Índice de Governança Corporativa Trade (IGCT): mede o desempenho de empresas integrantes do IGC que atendam a alguns critérios de alta liquidez de suas ações.
  • Índice de Governança Corporativa – Novo Mercado (IGNM): mensura o desempenho de empresas que estão listadas no Novo Mercado.
  • Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG): mede o desempenho de uma carteira hipotética composta por ativos de empresas que ofereçam as melhores condições aos acionistas minoritários. 

Índices de segmentos e setoriais

Os índices de segmentos e setoriais são aqueles que comparam o desenvolvimento das ações de empresas de um mesmo segmento.

Portanto, devido a essa segmentação, esses índices facilitam o acompanhamento das performances por parte do investidor e permitem que esse tome decisões mais assertivas dentro do seu nicho de atuação.

Os índices de segmentos e setoriais na bolsa brasileira são:

  • Índice de Utilidade Pública (UTIL): mensura o desempenho das ações de empresas do setor de utilidade pública, como energia elétrica e água.
  • Índice Imobiliário (IMOB): mede o desempenho das ações de empresas do setor imobiliário, como construção civil e exploração de imóveis.
  • Índice Financeiro (IFNC): mede a performance das ações de empresas do setor financeiro, como bancos e seguradoras.
  • Índice Materiais Básicos (IMAT): mensura o desempenho das ações de empresas que produzem insumos e matérias-primas para a siderurgia, construção, entre outros.
  • Índice Industrial (INDX):  mede o desempenho das ações de empresas do setor industrial.
  • Índice de Consumo (ICON): mensura a performance das ações de empresas ligadas ao setor de consumo, como vestuário, alimentação e saúde.
  • Índice de Energia Elétrica (IEE): mede o desempenho das ações de empresas ligadas à produção e fornecimento de eletricidade.

Índices de sustentabilidade

Já os índices de sustentabilidade empresarial estão relacionados à valorização do meio ambiente e às práticas sustentáveis. Desse modo, ele mede o comprometimento da sustentabilidade corporativa nas organizações.

Para tal, são levados em consideração: o equilíbrio ambiental, a eficiência econômica, a governança corporativa e a justiça social.

Portanto, nesses índices, são identificadas as empresas que possuem e demonstram sua responsabilidade ambiental e social, sendo eles:

  • Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): mensura a performance das empresas que estão comprometidas com a sustentabilidade.
  • Índice Carbono Eficiente (ICO2): mede o desenvolvimento das empresas que compõem o IBrX-50 e que adotaram práticas transparentes referentes à emissão de gases de efeito estufa. 

Índices em parceria S&P DowJones         

Por fim, esses últimos índices que vamos mostrar operam em parceria com a S&P DowJones, uma joint venture que comercializa índices de mercado de ações e fundos de investimento.

Convém mencionar que a empresa conta com mais de 100.000 índices. No entanto, aqueles aplicados na bolsa brasileira são:

  • Smart Betas
  • Índice Brasil ESG
  • Índice SmallCap Select
  • Índice de Baixa Volatilidade Altos Dividendos
  • Índice de Beta Elevado
  • Índice de Commodities
  • Índice de Empresas Privadas
  • Índice de Futuros
  • Índice de Renda Fixa
índices de referência benchmark

Principais índices de referência benchmark

Depois de conhecer os índices de mercado da bolsa brasileira, agora vamos conferir detalhadamente os índices de referência benchmark mais utilizados pelos investidores!

1. CDI

O Certificado de Depósitos Interbancários, ou simplesmente CDI, é um dos benchmarks mais utilizados tanto na renda fixa quanto nos fundos multimercado.

Ele corresponde à taxa média dos empréstimos praticados nos bancos. Isso quer dizer que essas instituições se baseiam no CDI para calcular os juros de uma aplicação.

Títulos privados como LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e CDB (Certificados de Depósito Bancário) estão associados ao CDI. 

2. Selic

A Selic consiste na taxa básica de juros no Brasil. No benchmark, ela é utilizada comumente para a renda fixa e pode ser considerada para diversas operações.

Sua diferença para o CDI é que esse último serve como padrão de referência para os títulos privados de renda fixa, enquanto a Selic é aplicada aos títulos públicos, como os investimentos no Tesouro Direto.

3. Ibovespa

A Ibovespa, que já mencionamos anteriormente, é o principal índice da bolsa de valores brasileira, existente desde 1968. Nesse sentido, a IBOV reúne as empresas listadas na bolsa que possuem um maior volume financeiro e liquidez.

Em razão dessa relevância e magnitude, é muito comum que a Ibovespa seja utilizada no benchmark para a avaliação do desempenho da economia do país de forma ampla. 

4. IPCA

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo, ou simplesmente IPCA, é considerado como um termômetro da inflação do Brasil, isto é, a variação de preços. Convém mencionar que ele pode ser aplicado tanto em rendas fixas quanto variáveis.  

Nesse sentido, esse benchmark pode indicar a rentabilidade real de um investimento e indicar se o investidor perde ou ganha poder de compra com os seus investimentos. 

5. IFIX

O IFIX – Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários tem como finalidade mensurar o desempenho médio dos fundos imobiliários mais negociados no mercado brasileiro.

Portanto, no segmento imobiliário, esse índice pode atuar como um importante benchmark. Afinal, ele representa a variação do preço das cotas e demonstra o impacto da distribuição de dividendos dos fundos imobiliários. 

6. SMLL

O Índice Small Cap, ou simplesmente SMLL, pode ser um indicador muito interessante. Isso porque, como já mencionamos, ele mede o comportamento das empresas listadas na bolsa de valores que possuem menos capitalização.

Assim, ao permitir a mensuração de desempenho das empresas com o menor valor de mercado na bolsa, ele abre outras possibilidades para investidores que querem apostar em fluxos diferentes dos tradicionais. 

7. PTAX

O PTAX é uma taxa de câmbio de referência no mercado brasileiro. Ela representa a variação do dólar diante do real e seu cálculo é realizado pelo Banco Central com base na cotação do dólar, obviamente.

Nesse sentido, esse benchmark é essencial para investidores que possuem investimentos em fundos cambiais. 

8. S&P 500

O Standard & Poor’s 500, ou simplesmente S&P 500, é um índice que possui quinhentas ações cotadas na Bolsa de Valores de Nova York ou na NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations, em português: Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automáticas, em português).

No entanto, saiba que é possível investir no índice da S&P 500 na bolsa brasileira por meio do ETF IVVB11. Descubra como nesse conteúdo!

9. IDA

Por fim, o Índice de Debêntures ANBIMA, o IDA, reflete o comportamento dos debêntures, que são títulos de créditos que representam uma dívida privada.

Portanto, esse índice é uma espécie de termômetro para que os investidores possam avaliar como as empresas estão com relação aos empréstimos. 

como investir em índices de mercadoo?

Como investir em índices de mercado?

Agora que você já sabe o que é benchmark e os seus principais tipos, talvez esteja pensando em formas de investir nesses índices de mercado. Afinal, essa pode ser uma boa estratégia para gerenciar riscos e obter bons retornos financeiros.

Nesse sentido, o investimento em índices de mercado, isto é, em carteiras hipotéticas costuma ser uma prática passiva e que, portanto, possui taxas de administração e de despesas bem mais baixas do que os investimentos ativos.

Assim, saiba que existem duas principais formas de investir nos índices de mercado: por meio de fundos de Índices (ETFs) e dos fundos indexados.

Fundos de Índices (ETFs)

Os Fundos de Índices (Exchange Traded Funds, representado pela sigla ETFs) são uma carteira de ações e de títulos projetada com a finalidade de replicar a composição e a performance de um índice do mercado financeiro.

Isso quer dizer que essa é uma maneira de fazer com que a carteira do investidor atinja o mesmo perfil de risco, bem como de retorno do que o próprio benchmark imitado.

Portanto, quando um indivíduo adquire cotas de um ETF, ele detém indiretamente todas as ações que compõem o índice comprado.

Convém mencionar que um Fundo de Índices pode ser composto por ativos diversos, desde ações até criptomoedas. 

Fundos indexados (ou referenciados)

Os fundos indexados ou referenciados, por sua vez, são bem semelhantes aos ETFs, uma vez que também espelham algum indicador. O que os diferencia é que as cotas nessa modalidade são negociadas na própria plataforma do banco de investimento.

No entanto, excetuando essa questão referente à plataforma de negociação, o funcionamento de ambos os fundos é bem similar e tem como finalidade diminuir os custos do investimento e, de certa forma, superar a média do mercado.  

Conclusão 

Neste conteúdo, você entendeu o que é benchmark e conheceu os principais índices utilizados na bolsa de valores brasileira.

Aprendeu também como é possível investir em índices de mercado, uma prática bem distinta dos investimentos diretos e desconhecida de boa parte dos futuros investidores.

Portanto, esperamos que todas essas informações possam ter lhe ajudado a conhecer um pouco mais desse enorme mundo dos investimentos.

Para conhecer ainda mais e descobrir como aplicar o seu dinheiro da melhor forma, a fim de conseguir bons resultados, conte com o Clube do Valor! Estamos prontos para te ajudar e orientar!