A escolha de fundos de investimentos imobiliários (FIIs) e a administração da carteira com suas cotas são tarefas que devem ser realizadas de maneira embasada. Para ter as informações necessárias nesse momento, é essencial saber o que é IFIX.

Afinal, esse é um indicador central da performance dos fundos imobiliários e traz dados relevantes para a tomada de decisão. Antes de usá-lo, entretanto, é preciso compreender como ele é composto e o que ele representa.

Para entender tudo sobre o IFIX, continue a leitura e descubra mais sobre sua metodologia e atuação como benchmark!

IFIX

O que é o IFIX?

O mercado financeiro conta com variados índices, os quais servem para apresentar informações sobre um segmento de interesse e seu comportamento. Entre as alternativas que podem ser avaliadas está o IFIX.

Ele é o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários e, portanto, serve como indicador de performance dos FIIs.

Como funciona o IFIX?

O IFIX tem como objetivo demonstrar a performance média dos fundos imobiliários mais representativos e negociados do mercado brasileiro.

Ele foi desenvolvido pela B3, a bolsa de valores brasileira, e pode envolver tanto os FIIs com cotas negociadas na bolsa quanto os FIIs disponíveis no mercado de balcão organizado. Com isso, seu resultado é equivalente ao desempenho geral do mercado.

O IFIX é considerado um índice de retorno total, o que significa que ele não representa apenas a variação do preço das cotas. Ele também demonstra o impacto da distribuição de dividendos dos fundos imobiliários.

Quais fundos compõem o IFIX?

Assim como acontece com outros índices, a composição do IFIX se baseia em uma carteira teórica formada pelos ativos do mercado. Para fazer parte do índice de fundos imobiliários, o FII deve apresentar alguns critérios.

Como referência, você conhecerá as regras válidas no primeiro semestre de 2021. Confira:

  • ter estado presente em, pelo menos, 60% dos pregões pelo período das últimas 3 carteiras;
  • apresentar, em ordem decrescente quanto ao Índice de Negociabilidade e em conjunto, 99% do somatório dos indicadores, pelas últimas 3 carteiras;
  • ter sido lançado antes do último rebalanceamento de carteira;
  • ter cotas que não tenham cotação inferior a R$ 1,00.

Todos os critérios são obrigatórios e devem ser atendidos simultaneamente. Um FII que seja elegível e que, depois, descumpra uma das condições passa a estar nos chamados critérios de exclusão. A composição do IFIX também depende do cálculo do volume de participação.

Ou seja, do peso que é dado às cotas de cada ativo. Para encontrar o volume de participação, utiliza-se o valor de mercado como referência. Ao mesmo tempo, nenhum FII pode corresponder a mais de 20% do IFIX.

Além disso, para conferir a composição do índice IFIX é interessante entender quais são os tipos principais de FIIs e seus segmentos. Até maio de 2021, a maior parte do portfólio era formada por fundos de papel, que são ligados a títulos, recebíveis e certificados em geral.

Em relação aos índices de tijolo, que investem em empreendimentos físicos, os principais segmentos no período eram shopping centers, lajes corporativas e imóveis industriais. Também no período considerado, a carteira era composta por pouco mais de 100 fundos.

Quando o índice é modificado?

Depois de conhecer as regras de composição de carteira do IFIX, é fundamental compreender que o portfólio pode ser modificado regularmente. Afinal, com os movimentos de mercado, os fundos de investimento imobiliários podem ganhar ou perder valor e, portanto, participação no índice.

Ao mesmo tempo, é preciso que o período de mudança não seja muito curto, como forma de diminuir o impacto de oscilações motivadas pela volatilidade. Assim, o IFIX consegue capturar mais facilmente as mudanças significativas, e não as pontuais.

É por isso que o IFIX é modificado a cada 4 meses, o que significa 3 possíveis mudanças por ano. Nesses períodos, todos os fundos negociados são reavaliados e aqueles que estiverem em critério de exclusão são retirados. E outros que atenderem aos fatores poderão ser incluídos.

Para que serve o IFIX?

Para que serve o IFIX?

A criação do IFIX se justifica pelo fato de ele ser um índice que ajuda a identificar o comportamento do mercado de FIIs e seus movimentos ao longo do tempo. Portanto, sua principal função é trazer esse tipo de informação.

Em uma analogia, ele tem um papel parecido com o do Ibovespa, que é o mais relevante índice do mercado acionário brasileiro. Quando o Ibovespa está em alta, significa que o mercado de ações está em um momento de valorização.

Sendo assim, o movimento do IFIX indica qual é o comportamento atual do mercado de fundos imobiliários. Portanto, a partir desse resultado é possível avaliar esse tipo de investimento de modo geral.

Além disso, o IFIX também tem o papel de atuar no benchmark. Significa que ele é utilizado como parâmetro para a comparação de outros resultados, uma prática bastante comum no mundo dos investimentos.

Como ele é usado no benchmark de investimentos?

Considerando que o IFIX é um indicador de performance, ele pode ser útil para comparar o desempenho de outros investimentos, do seu portfólio de FIIs ou mesmo de um fundo específico. Logo, é importante saber como usá-lo.

A seguir, veja como esse índice de fundos imobiliários pode ser adotado na forma de benchmark financeiro no mercado de investimentos!

Comparação de FII específico

Um dos usos do IFIX consiste em defini-lo como parâmetro para um fundo imobiliário específico que desperte seu interesse. Nesse caso, a ideia é avaliar como o desempenho histórico médio do FII se comporta em relação ao indicador.

Um FII que tenha uma performance acima do IFIX pode representar uma boa oportunidade para quem deseja rentabilizar a carteira, por exemplo.

Ao mesmo tempo, é preciso considerar se o potencial de valorização se mantém ou se faria mais sentido buscar uma alternativa menos descolada do indicador. Com isso, ele serve como um elemento extra da análise fundamentalista, antes da aquisição de cotas.

Avaliação do portfólio

Também é possível analisar a sua carteira de investimentos com base no indicador. Para quem investe em diversos FIIs, existe a chance de compreender se o desempenho geral está acima ou abaixo do indicador de performance.

Isso é importante para verificar a necessidade de fazer um rebalanceamento de carteira, por exemplo. Assim, você pode saber se é melhor reduzir ou ampliar o investimento em determinados FIIs, como forma de alcançar ou superar o desempenho médio do índice.

Comparação entre índices

Para completar, há a chance de fazer uma comparação entre índices, considerando as naturezas diferentes das operações e seus riscos. Um exemplo é avaliar o IFIX em comparação ao Ibovespa, o principal índice de ações.

Assim, é possível saber como o mercado de ações e o mercado de FIIs se comportaram durante o período analisado. Então, você avalia o desempenho dos FIIs em relação às ações para saber, por exemplo, qual mercado tem mais resiliência a certas condições e crises.

Isso ainda pode ajudar a decidir se, em termos de rentabilidade, valeria mais a pena investir em ações ou em FIIs, considerando o desempenho acumulado. Porém, é preciso considerar que a comparação não é totalmente direta ou equivalente, já que são ativos diferentes.

É possível comprar IFIX?

Quando conhecem o IFIX pela primeira vez, muitos investidores acreditam ser possível investir diretamente nele. Porém, assim como qualquer outro índice de mercado, ele não é um ativo no qual se pode investir.

Há a chance de montar a própria carteira com base no portfólio teórico do índice. Mas a tarefa pode envolver bastante trabalho e custos. Nesse caso, é preciso estar atento para que isso não comprometa o desempenho geral dos investimentos.

Índice de Fundos de Investimentos

Normalmente, a forma mais prática de investir de acordo com um índice é por meio de um exchange traded fund (ETF). O fundo de índice aloca os recursos de acordo com a carteira teórica do indicador, buscando espelhar a sua composição.

Até novembro de 2020, não era possível investir em um ETF ligado ao IFIX porque não havia nenhum disponível. A partir do final do ano, entretanto, foi lançado o XFIX, o primeiro ETF ligado ao índice de fundos imobiliários. Portanto, é uma alternativa para quem deseja se expor à carteira completa.

Por que acompanhar o IFIX?

Como você viu, o IFIX serve como benchmark de investimentos e pode ser usado para comparar ativos e mesmo outros índices. Conhecê-lo e verificar sua evolução, portanto, é fundamental para quem investe em FII.

Por meio dele, você será capaz de acompanhar o mercado com confiança e eficiência. Em vez de ter que conferir a performance de cada FII e fazer análises individuais, é possível ter todos os dados consolidados por meio do desempenho do indicador.

Ao mesmo tempo, a análise do IFIX oferece um conjunto valioso de informações. Você consegue identificar quais são os principais FIIs do mercado, como anda a evolução do valor de mercado de cada um, quais são os tipos com maior apelo no mercado e mais.

Todos esses dados ajudam a consolidar uma tomada de decisão baseada em dados relevantes e mais efetiva. Para quem investe em FII, portanto, o IFIX ajuda a identificar oportunidades de investimento, indícios de desinvestimento de um FII e meios de melhorar a performance do portfólio.

Como usar o IFIX a favor dos seus investimentos?

Já que o IFIX fornece informações tão relevantes para quem investe em FIIs, vale a pena saber como aproveitá-lo de modo ideal para o desempenho dos seus investimentos.

Nesse sentido, é interessante acompanhar sua evolução e entender qual é a performance média histórica, por exemplo. Também é fundamental conferir as mudanças — como entradas, saídas ou mudanças no volume de participação dos fundos imobiliários.

Porém, mais que coletar as informações é preciso saber como analisá-las. Sendo assim, é preciso que você amplie seu nível de conhecimento sobre esse tipo de investimento e, consequentemente, sobre o uso do indicador.

Com a ajuda de um curso sobre o investimento em fundos imobiliários, por exemplo, você conhecerá conceitos relevantes e entenderá o papel desses dados obtidos. A busca por educação nos investimentos faz muita diferença.

Quanto maior for o seu preparo, mais fácil será identificar as oportunidades e se aprofundar no que o IFIX oferece. Logo, a tomada de decisão tende a ser melhor, de forma a atender seus objetivos e respeitar seu perfil de investidor.

Quais os riscos de não acompanhar o IFIX?

Devido à importância do IFIX, não conhecê-lo e não avaliá-lo ao investir em FIIs pode ter consequências indesejáveis. Lembre-se de que ele serve como um termômetro do mercado, então pode ajudá-lo a tomar decisões de investimento mais consistentes.

Sem acompanhá-lo, portanto, você não tem uma visão completa do segmento de FIIs. Para os investidores iniciantes nessa modalidade, isso significa que há a chance de terminar investindo em um fundo imobiliário que não é tão alinhado com as suas expectativas, por exemplo.

Além disso, há o risco de perder boas oportunidades no mercado por não reconhecer um cenário adequado ao investimento. Sem as informações necessárias, as chances de erros também se tornam maiores.

Portanto, não acompanhar o IFIX é como entrar e se manter no mercado estando no escuro, sem muitas informações válidas e que são necessárias para avaliar e decidir. Como consequência, torna-se mais difícil alcançar todo o potencial que seu patrimônio poderia atingir.

O IFIX é o único indicador de fundos imobiliários?

Por ter sido criado em 2012, o IFIX foi o primeiro indicador de performance relacionado aos FIIs do mercado brasileiro. Ele também se consolidou como o mais relevante por sua metodologia, sendo utilizado para representar o mercado de forma geral.

Contudo, assim como o Ibovespa não é o único indicador do mercado de ações, o IFIX divide espaço com outros índices. Há indicadores que avaliam apenas fundos de tijolo ou fundos de papel, por exemplo, além de indicador que compreende uma quantidade limitada de fundos.

A partir deles, você pode avaliar os índices disponíveis e verificar o que parece mais relevante para o seu caso. Eles também podem ser utilizados em conjunto ao IFIX, mas é necessário saber que esse é o índice considerado pelo mercado como o mais representativo para a modalidade.

Com as informações que acompanhou neste artigo, você já sabe que o IFIX é o principal indicador de performance dos fundos imobiliários do mercado. Ao conhecê-lo, é possível ter um benchmark para escolher FIIs, avaliar sua carteira ou mesmo comparar índices de mercados diferentes!

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