Apesar do nome “renda fixa”, as aplicações neste tipo de investimento costumam variar até a sua data do vencimento. Por isso, muitas vezes, se você resgatar o seu dinheiro antes dessa data, pode ser que você tenha prejuízo.
A marcação a mercado é uma forma de você acompanhar essa variação até a data de vencimento, já que costuma trazer ao valor de mercado presente o valor daquele título de renda fixa.
Continue a leitura para entender tudo sobre marcação a mercado, como funciona, o que mudou e o que fazer com os seus investimentos em 2023.
O que é marcação a mercado?
Ao contratar um investimento de renda fixa, o investidor possui a garantia de uma valorização ao resgatar o seu dinheiro na data do vencimento. Porém, para que seja possível acompanhar a variação desse investimento durante este período, existe a marcação a mercado. Isso nada mais é do que trazer ao valor presente o quanto vale aquele título.
Ou seja, pode ser que a variação seja positiva ou negativa, fazendo com que você possa perder dinheiro caso resgate antes da data prevista. Por isso, quem vai levar os seus títulos até a data final, não precisa se preocupar com este conceito.
Ele é um indicador que garante maior transparência para acompanhar o seu investimento e, caso seja necessário, fazer o resgate antes da data prevista.
O que influencia a marcação a mercado?
Existem alguns fatores que podem influenciar na oscilação na marcação a mercado da sua renda fixa, como o contexto econômico (taxa básica de juros, inflação e mercado externo), o contexto político, o interesse dos investidores e os valores dos novos títulos emitidos.
Além disso, a variação da taxa de referência para a rentabilidade, como Selic ou CDI, também podem influenciar nos títulos pós-fixados e, ainda, a especulação de juros pode incidir na variação dos títulos prefixados.
Quando ocorre a marcação a mercado?
Por ser um valor de referência para a variação daquele título ao momento presente, a marcação a mercado ocorre diariamente.
Como funciona a marcação a mercado?
O principal objetivo da marcação a mercado é precificar, diariamente, o valor daquele título. Por isso, o valor que ele foi comprado no passado pouco importa, já que o que realmente é levado em consideração são as expectativas dos investidores no presente.
Fatores como oferta e demanda, liquidez, inflação, acontecimentos políticos e econômicos, efeito manada, entre outros, são muito importantes na hora de avaliar a marcação a mercado do título.
Por ser uma variação de acordo com inúmeras influências, o preço do título pode variar positiva ou negativamente, podendo não ser vantajoso resgatá-lo antes da data do vencimento.
Quais títulos tem marcação a mercado?
Os títulos que têm marcação a mercado são os títulos públicos federais (como Tesouro Direto), CRI e CRA (Certificados Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio, respectivamente) e LCI e LCA (Letra de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, respectivamente).
Exemplo de marcação a mercado
Só se valida o conceito de marcação a mercado caso você retire o seu dinheiro antes da data de validade do investimento.
Por exemplo, caso você tenha comprado um Tesouro Direto com validade de 5 anos e retirar o seu dinheiro ao longo de 3 anos, você terá que verificar qual é o valor do dia – que foi marcado a mercado.
Neste exemplo, você pode verificar, na linha verde, a rentabilidade do investimento até a data de validade. E, na linha vermelha, o valor do título marcado a mercado, caso o valor tivesse sido retirado antes:
Neste caso em particular, o preço real foi superior ao valor até a data de validade do investimento, mas isso também pode acontecer para uma tendência mais negativa.
Por que a marcação a mercado reduz risco de liquidez?
A liquidez se refere a facilidade de transformar um investimento em dinheiro, sem grandes perdas e da forma mais rápida possível.
No caso da renda fixa, esse risco é muito baixo, já que é possível fazer a compra e venda dos títulos em qualquer dia útil. Apesar disso, você ainda teria que ficar atento ao valor da marcação a mercado, para verificar se está ganhando ou perdendo dinheiro retirando o seu investimento antes da data de validade.
Qual a diferença de marcação a mercado e na curva?
Enquanto a marcação a mercado é o preço do investimento caso ele fosse vendido no valor presente, a marcação na curva é o valor da rentabilidade final de um título. Ou seja, só é válida para aquelas análises quando a pessoa decide vender o seu título na data de investimento.
No gráfico, a marcação na curva costuma ser uma linha reta da data de compra até a data de validade, já que ela contabiliza a renda fixa contratada, sem as oscilações no meio tempo.
Veja um exemplo:
O que é marcação a mercado na renda fixa?
Como dito anteriormente, a marcação a mercado é o preço de um ativo de renda fixa ou fundo de investimento trazido à presente. Ou seja, ele representa o valor que você receberia caso decidisse vender o título ou cota naquele momento.
Atualmente (2022), os títulos de renda fixa são mostrados na carteira pelo valor de marcação na curva. Ou seja, o valor da rentabilidade se o papel for mantido até o vencimento.
Porém, este valor não demonstra necessariamente o valor do investimento, caso o mesmo seja vendido antes do prazo.
Por isso, a Anbima anunciou que a partir do dia 02 de janeiro de 2023, as instituições irão começar a apresentar os valores de títulos públicos e privados a partir da marcação a mercado.
Ou seja, você vai poder ver todas as variações que ocorreram naquele título entre a data de compra e a data de vencimento. Esta nova regra não altera a rentabilidade do ativo, mas sim a forma como se enxerga eles na carteira.
É possível perder dinheiro no Tesouro Direto Selic?
O risco de perder dinheiro com o Tesouro Direto Selic é praticamente inexistente, caso você decida levar o investimento até a sua data de vencimento.
O único jeito de perder dinheiro seria se você resolvesse vender o título antes desse prazo e, usando a marcação a mercado, descobrisse que o valor do título naquele momento vale menos do que se o segurasse por mais tempo.
Por que o Tesouro Selic não tinha marcação a mercado?
No caso do Tesouro Direto, a marcação a mercado depende das perspectivas futuras do indexador que orienta a rentabilidade dos títulos. Ou seja, da variação do IPCA ou da Selic. Assim, os títulos variam de acordo com a expectativa sobre a inflação e a Selic, para mais ou para menos.
Se, por exemplo, num título prefixado, a rentabilidade era X e a previsão é que a Selic fique abaixo de X, então o título fica mais valioso, pois remunerará melhor do que a Selic.
Por isso, o Tesouro Selic não sofre com a marcação a mercado, já que ele sempre será positivo, desde que a taxa básica de juros também seja.
O que a marcação a mercado mudou na renda fixa?
A marcação a mercado não alterou a rentabilidade dos investimentos de renda fixa, apenas a forma de analisá-los.
Ou seja, agora há mais transparência e visibilidade sobre o preço atual dos títulos de renda fixa no mercado, fazendo com que seja mais fácil o gerenciamento do patrimônio.
A marcação a mercado não valerá para quais ativos?
A mudança para marcação a mercado não vale para CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCAs e LCIs (Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliário, respectivamente), que seguirão com a marcação na curva como é feita hoje.
O motivo pelo qual isso aconteceu é porque esses títulos são emitidos por instituições financeiras que garantem a recompra dos papéis com base na marcação na curva.
Quanto aos CRIs, CRAs e debêntures, o investidor precisa encontrar outro investidor no mercado secundário que queira comprar esses títulos, já que a empresa emissora não recompra o papel.
Quais títulos de renda fixa já são marcados a mercado?
Os títulos públicos adquiridos por meio do Tesouro Direto já são marcados a mercado, além de papéis como CRIs, CRAs e debêntures.
O que muda para os investidores?
Com a nova regra da Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), que valerá a partir de janeiro de 2023, os investimentos feitos por pessoas físicas deverão ser, exclusivamente, marcados a mercado – e não mais na curva, como é feito atualmente.
Já os investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras) terão maior liberdade de escolher se preferem marcação a mercado ou na curva. Caso escolham este último, precisarão formalizar esse pedido junto à corretora.
Quem poderá ser beneficiado?
Os investidores beneficiados por esta nova mudança serão aqueles que gostariam de retirar o seu dinheiro antes da data de validade do investimento, já que saberão quanto o título está valendo naquele momento.
Assim, poderão optar por sua retirada em caso positivo.
Como ganhar na marcação a mercado?
Para ganhar dinheiro com a marcação a mercado, você deve ficar atento à variação diária do título e fazer a venda dele quando ele estiver valorizado.
Ou seja, com saldo positivo – e valer mais a pena vender antecipadamente do que aguardar pela data final.
A marcação a mercado valerá também para papéis bancários, como os CDBs?
Não. Títulos como os CDBs continuarão utilizando a marcação na curva. Portanto, terão seu valor atualizado todos os dias com a mesma taxa contratada na hora da aquisição do papel.
Como será realizado o cálculo do valor atualizado dos investimentos de renda fixa?
A Anbima recebe as cotações que os papéis estão sendo negociados no mercado pelas instituições associadas logo cedo e, assim, analisa os valores, verificando se há números muito diferentes entre bancos e corretoras.
Depois disso, estabelece um preço de referência, disponibilizado no sistema deles que pode ser acessado por todos, o Anbima Data.
Desta maneira, as corretoras podem acessar as informações disponíveis e utilizar como base para suas análises. Para as taxas de CRIs, CRAs e debêntures, os dados analisados são os do dia útil anterior.
Como fica a tributação?
A tributação dos títulos, como IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e IR (Imposto de Renda) permanecem os mesmos, não sofrendo alterações de acordo com a atualização do preço dos títulos.
Entendendo a importância do Mercado Secundário
No mercado primário, na renda fixa, o investidor compra títulos diretamente dos emissores de dívidas, como bancos, empresas, Tesouro Nacional, entre outros.
Já no mercado secundário, esses investidores conseguem revender os seus títulos para outros investidores, usando uma corretora como intermediária.
Desta maneira, quem está vendendo consegue antecipar o seu título, assim como quem está comprando tem acesso a boas oportunidades de prazos e taxas, por exemplo.
Isso se dá, justamente, devido à marcação a mercado, que faz com que o preço da venda e/ou compra do título naquele momento seja mais vantajosa do que a data de vencimento.
Onde investir em 2023?
Está analisando onde investir em 2023? Fique atento a alguns indicadores!
Devido a uma possível recessão nos países desenvolvidos, uma inflação alta e algumas incertezas econômicas e políticas, como a guerra na Europa, por exemplo, pode ser que você tenha que prestar mais atenção onde investe o seu dinheiro.
Apesar de algumas incertezas econômicas e fiscais no Brasil, ainda há ativos bem atrativos para você investir em 2023.
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