Você sabia que as ações de empresas brasileiras também podem ser acessadas em mercados internacionais? Apesar de não ser uma alternativa muito conhecida, isso é possível para quem sabe o que são ADRs.

Ao diversificar investimentos e expor parte de sua carteira ao mercado internacional, é comum se deparar com essa alternativa. Mas ela realmente vale a pena e trará vantagens para o portfólio do investidor?

Para responder essa e outras perguntas, neste conteúdo você aprenderá o que são ADRs, como eles funcionam e se vale a pena investir neles. Continue a leitura!

O que são ADRs e como funcionam?

O que são ADRs?

ADR é a sigla para American Depositary Receipt, que pode ser traduzido para recibo de depósito americano. Essas opções de investimento também são conhecidas como certificados de depósito de valores mobiliários americanos.

Assim, eles são certificados negociados nas bolsas dos Estados Unidos. Mas os recibos são lastreados em ativos internacionais. Por exemplo, ações, títulos públicos e fundos de outros países, como o Brasil.

Apesar de o ADR ser um investimento da bolsa norte-americana, os recibos de depósito também existem em outros países. Por exemplo, o Brasil tem os BDRs — que você conhecerá mais adiante. 

Todos os certificados funcionam de maneira semelhante. Eles são veículos que representam valores mobiliários lastreados em determinados ativos internacionais. Ou seja, é uma forma de investir em uma alternativa estrangeira em seu país.

Esses certificados são negociados na bolsa de valores, como se fossem ações, mas eles não são realmente os ativos. Os recibos apenas representam esses ativos — portanto, são uma forma de exposição indireta.

Com isso, o investidor norte-americano pode comprar ADRs que representam ações de empresas de outros locais, por exemplo, e buscar ganhos com a possível valorização delas.

Como eles funcionam?

Como você viu, os ADRs são alternativas utilizadas para o aporte em empresas brasileiras ou de outros países por meio das bolsas dos Estados Unidos. Ademais, não se faz o investimento no próprio ativo, mas sim no certificado que o representa na bolsa internacional.

No entanto, esses ativos que lastreiam os ADRs realmente devem existir fisicamente em seus países de origem. Em um ADR de uma empresa brasileira, por exemplo, a ação que traz lastro é comprada no Brasil e fica depositada em uma instituição.

Quem fica responsável pela guarda desses ativos são as chamadas empresas custodiantes. Sua principal finalidade é depositar e bloquear as ações que lastreiam os ADRs, para manter a segurança da relação.

Por sua vez, a instituição nos Estados Unidos pode emitir os ADRs e negociá-los na respectiva bolsa. Essas instituições são chamadas de depositárias — e sua função é a emissão e distribuição dos recibos.

Para entender todo esse seu funcionamento, é possível traçar uma linha do tempo sobre a criação e negociação dos ADRs. Primeiro, a instituição depositária compra os ativos que darão lastro aos ADRs, em uma negociação entre os países.

Então a custodiante realiza os procedimentos para operacionalização da guarda, mantendo o bloqueio e guarda em conta dos ativos que representam os ADRs. Finalmente, a empresa depositária emite os certificados no mercado americano e inicia a negociação com os investidores.

Quais são as diferenças entre BDR e ADR?

Quais são as diferenças entre BDR e ADR?

Após conhecer todos esses detalhes sobre os ADRs, é comum se perguntar sobre quais são as diferenças para os BDRs. Como você viu, eles funcionam de maneira semelhante, mas dizem respeito a ativos de países diferentes.

Os Brazilian Depositary Receipts (ou BDRs) são veículos negociados na bolsa de valores brasileira, a B3. Assim, eles também são certificados de depósitos mobiliários lastreados em alternativas de investimento do exterior. Dessa vez, disponíveis para os brasileiros.

Ou seja, com eles o investidor pode aportar em ações, ETFs e títulos de dívida internacionais sem sair do Brasil. Logo, a principal diferença entre os BDRs e os ADRs diz respeito ao país de origem e do mercado de negociação dos recibos.

Quais são as principais características dos ADRs?

Uma informação que o investidor deve conhecer sobre as alternativas de investimento são as características de cada aporte. Por isso, a seguir você aprenderá diversas questões importantes sobre os ADRs. 

Veja:

Rentabilidade

Em relação à rentabilidade, os ADRs seguirão as oscilações dos ativos que tem como lastro. Ou seja, suas variações de cotação serão atreladas ao ativo que ele representa no país de origem, seja ele uma ação, cotas de fundos etc.

No entanto, é preciso considerar também o câmbio entre o dólar e outras moedas, como o real. Como o investimento em ADR se faz pela bolsa norte-americana e com a moeda local, pode haver algumas diferenças entre as cotações considerando essa relação.

Riscos

Os riscos também seguem essa mesma lógica. Eles estão atrelados aos ativos no país de origem. Assim, se o ADR representar uma ação, todas as características desse tipo de investimento estarão presentes — como a volatilidade da bolsa de valores.

Logo, é preciso considerar fundamentos das empresas emissoras, cenário econômico, resultados e expectativas do setor etc. Também, da mesma forma que a rentabilidade, é preciso levar em conta os riscos da relação cambial.

Tipos

Os ADRs podem ser divididos em patrocinados e não patrocinados. Os primeiros são aqueles em que o emissor dos ativos que lastreiam os ADRs participa em conjunto ao depositário para operacionalizar o investimento.

Ou seja, se o ADR é lastreado em ações de determinada empresa, essa companhia toma a iniciativa de buscar a emissão dos recibos. Já nos ADRs não patrocinados, apenas a instituição depositária participa do procedimento de emissão dos ativos no mercado internacional.

Vale a pena investir em ADR?

Vale a pena investir em ADR?

Conhecendo essas informações sobre os ADRs, é possível entender se vale a pena investir neles. Como você viu, os recibos desse tipo podem fazer mais sentido para investidores norte-americanos, já que é uma forma de acessar investimentos estrangeiros — brasileiros, por exemplo.

para quem mora no Brasil, investir em ADRs pode não ser tão interessante, já que significa ter que negociar na bolsa dos Estados Unidos, o que envolve muitos custos. Para acessar as empresas brasileiras, vale a pena investir diretamente nas alternativas dentro da B3. 

Contudo, se você busca se expor ao mercado internacional, também há alternativas por aqui — como os próprios BDRs ou, principalmente, os ETFs (fundos de índice), que possuem maior liquidez. Eles permitem expor sua carteira a ativos estrangeiros, diversificando seus investimentos sem sair do Brasil.

Agora você já sabe o que são ADRs e como eles funcionam. Como vimos, essas alternativas de investimento estão presentes nas bolsas americanas, mas dizem respeito a ativos brasileiros ou de outros países. Então lembre-se de considerar essas questões em suas decisões de aporte.

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