O mercado de ações traz oportunidades para diferentes tipos de investidores e suas estratégias. Contudo, para saber como montar uma carteira de ações, é essencial conhecer os pontos principais para a tomada de decisão e como aplicá-los na composição do portfólio.
Isso é fundamental para criar uma carteira que seja adequada às suas necessidades e expectativas. Assim, é possível alinhar os objetivos com a performance das ações, melhorando o aproveitamento das oportunidades do mercado.
Quer saber como fazer isso? Na sequência, confira 10 aspectos para considerar ao investir na bolsa de valores!
1. Conheça o seu perfil de investidor
Antes de fazer qualquer investimento, é necessário entender qual é o seu perfil de investidor. Ao investir em ações, isso também é importante. Essa classificação indica qual é a sua tolerância ao risco e serve para orientar a sua escolha entre os ativos financeiros.
Conheça quais são as classificações:
- investidor conservador: tem menor nível de tolerância ao risco. Assim, prioriza a segurança e a liquidez, ainda isso signifique abrir mão de maior rentabilidade;
- investidor moderado: está disposto a se arriscar um pouco mais, desde que esse posicionamento possa ajudá-lo a obter um retorno maior. Com isso, tende a optar pelo equilíbrio entre risco e retorno, especialmente no longo prazo;
- investidor arrojado: tem mais apetite ao risco, sendo capaz de suportar um nível maior de volatilidade, em busca de um melhor desempenho para o portfólio.
Descobrir qual é o seu perfil é possível por meio do teste de suitability ou avaliação de perfil do investidor (API). Após responder a certas perguntas, você saberá em qual classificação se encaixa para ajudar a guiar as suas decisões.
Entender essa questão é importante. Afinal, o investimento em ações é de renda variável e tem um risco maior. Portanto, costuma estar mais alinhado com investidores moderados ou arrojados, por exemplo.
Além de saber se o investimento em ações é para você, conhecer esse perfil permite entender qual será o peso dos papéis na sua carteira. Investidores arrojados, por exemplo, podem optar por investir uma quantia maior de recursos, pois o risco está alinhado ao seu nível de tolerância.
Ainda, considerando que as companhias apresentam diferentes níveis de risco considerando setor, tamanho e outras características, o perfil também se torna relevante.
2. Entenda o prazo do investimento em ações
Antes de entrar no mercado acionário, também é fundamental compreender o funcionamento do investimento em termos de prazo. Na prática, as ações fazem parte dos investimentos considerados de longo prazo.
Isso acontece, principalmente, pelo período necessário para que ocorra a maturação de investimentos. Afinal, as decisões e os investimentos de uma empresa não costumam gerar resultados de maneira imediata.
Para uma marca se consolidar, se expandir ou se tornar líder de mercado, por exemplo, é preciso dedicar tempo, dinheiro, estratégia e boas decisões de gestão. Portanto, os resultados positivos só serão refletidos nas ações com o passar do tempo.
No entanto, essa característica pode ser positiva para quem deseja saber como montar uma carteira de ações. Isso porque a medida ajuda a diluir parte dos riscos, já que há menos impacto da volatilidade quando se pensa em longo prazo.
Uma queda em uma ação em um dia, por exemplo, terá um impacto reduzido se o horizonte observado for de 5 anos ou mais. Como consequência, há maiores chances de conquistar os resultados positivos desejados.
3. Defina os seus objetivos financeiros
Outro aspecto fundamental, depois do perfil de investidor e da compreensão acerca do prazo do investimento em ações, é o conjunto de objetivos financeiros. É essencial compreender o que você espera alcançar ao investir e como isso se relaciona com o mercado de ações.
Como você viu, os papéis costumam estar atrelados ao longo prazo, então seus objetivos devem ser compatíveis. O pensamento no futuro, como ao planejar a aposentadoria ou a construção de patrimônio para obter independência financeira, é um aspecto relevante na escolha.
Porém, também é possível considerar outras metas que orientam a tomada de decisão. Se o seu objetivo for viver de renda, investir em ações de empresas que sejam boas pagadoras de dividendos tende a ser interessante.
Se quiser investir com propósito, escolher ações de empresas sustentáveis e que sigam os critérios ESG pode ser uma boa alternativa. Logo, é necessário fazer essa análise para identificar o que você realmente espera e de que maneira pretende obter rendimentos.
4. Avalie os riscos do mercado acionário
Você já sabe que o investimento em ações é de renda variável, o que significa que não há garantias quanto ao retorno. Antes de investir, entretanto, vale a pena compreender melhor como são os riscos e o que você deve avaliar.
Nesse sentido, um dos principais pontos é o risco de mercado. Ele ocorre devido aos movimentos que acontecem no mercado e que afetam a precificação das ações.
Se, em determinado momento, acontecer um aumento na força compradora de uma ação, é comum que o preço do papel suba devido à maior demanda. Porém, se a força vendedora se destacar, o preço tende a cair.
Tudo isso leva ao conceito de volatilidade, que envolve as oscilações nos preços que podem ocorrer, considerando a força, a duração e a frequência das movimentações. Dependendo do tipo de ação, a volatilidade pode ser maior — o que também aumenta o risco.
Portanto, é interessante fazer um gerenciamento de risco para entender quais ações apresentam o nível de volatilidade compatível com seus interesses e com a sua estratégia. Isso tudo sempre considerando se o seu perfil está alinhado ao mercado de ações.
5. Use a análise fundamentalista para montar uma carteira de ações
Para reduzir os riscos do investimento em ações, é essencial escolher empresas que apresentem boas perspectivas no longo prazo. Logo, é necessário ir além da situação atual e compreender qual é a tendência da companhia para o futuro.
Nesse caso, a análise fundamentalista pode ajudar a fazer essa avaliação de maneira objetiva. Ela consiste em um estudo sobre a saúde financeira de uma empresa, seus resultados e suas expectativas de desempenho.
Isso é feito com o uso de indicadores fundamentalistas, os quais trazem informações importantes sobre o desempenho do negócio. É possível conhecer elementos relacionados ao lucro, ao patrimônio, ao pagamento de dividendos, e muito mais.
Além disso, a análise fundamentalista é útil para que você identifique qual é o valor justo de uma empresa e de suas ações. Dependendo da forma como pretende atuar no mercado, esse dado pode indicar o momento ideal de compra, por exemplo.
6. Defina uma estratégia para o portfólio
Com as informações que você já tem até agora, é possível ter uma ideia geral de como montar uma carteira de ações. Porém, existe a oportunidade tornar o processo mais personalizado e direcionado para as suas características — e isso ocorre por meio da definição de estratégia.
Se você escolher o buy and hold como método, por exemplo, o objetivo é comprar ações e mantê-las na carteira no longo prazo. A venda acontece apenas se houver uma perda de fundamentos, que pode indicar problemas no negócio.
Outra possibilidade é o value investing. A ideia é adquirir ações que estejam descontadas, ou seja, que apresentem um preço abaixo do que realmente valem. Se esse desconto for pontual e passageiro, a tendência é de valorização — o que pode favorecer a consolidação de resultados.
Também há a alternativa que é conhecida como growth investing. O foco passa a ser investir em empresas que apresentem grande capacidade de valorização ao longo do tempo. As ações de baixa capitalização — chamadas de small caps — costumam ser escolhidas para atender essa estratégia.
Diante das diferentes possibilidades, você precisará considerar os seus objetivos para definir qual estratégia faz mais sentido. Assim, você terá uma orientação sólida para elaborar o seu portfólio.
7. Componha uma sólida carteira de ações
Independentemente da estratégia escolhida, o seu foco deve ser compor uma carteira sólida. Afinal, como o investimento é feito pensando no futuro, sua carteira de ações para o longo prazo deve se basear em oportunidades que sejam realmente atraentes.
Logo, a ideia não é investir em ações “da moda” ou buscar recomendações sem embasamento técnico. Na verdade, esse tipo de cenário tende a fazer com que você perca oportunidades e, até mesmo, tenha prejuízos.
Para que isso não aconteça, é necessário procurar ações de empresas sólidas ou em consolidação e que tenham boas perspectivas. Novamente, vale reforçar a importância da análise fundamentalista, que permite ter uma visão geral dos possíveis resultados.
Ainda, utilize diversos indicadores para avaliar as ações e compare papéis do mesmo setor para encontrar oportunidades de destaque. Tudo isso ajuda a fazer escolhas que sejam consistentes e com maiores chances de sucesso.
Caso queira começar de modo mais seguro ou deseje seguir um caminho com maior praticidade, pode ser interessante optar pela carteira de ações recomendadas.
Esse é um portfólio montado por analistas qualificados que usam seus conhecimentos para selecionar ações que se mostrem promissoras. A carteira é acompanhada por um relatório que justifica as escolhas. Assim, também é possível aprender mais sobre as estratégias adotadas.
8. Diversifique os investimentos em ações
Outra prática essencial para diminuir os riscos e aumentar o potencial de resultados é a diversificação de investimentos. Para saber como diversificar uma carteira de ações, é necessário entender que você não deve deixar seus recursos concentrados em poucas características.
Ou seja, não costuma ser adequado investir todo o dinheiro em uma só ação, por exemplo. Do mesmo modo, investir em apenas um setor da economia ou em um tipo de empresa pode não ser interessante.
Em vez disso, a diversificação visa a exposição a diversos setores de empresas listadas na bolsa, buscando papéis com diferentes características. Desse modo, caso a volatilidade aumente em um ativo, pode ser que outros não sejam tão impactados.
Pode ser interessante também pensar na diversificação em relação aos mercados. Ter investimentos nacionais e internacionais — mesmo que indiretamente — na carteira é uma forma de fazer isso. Por exemplo, você pode se expor ao mercado internacional por meio de exchange traded funds (ETFs), ou fundos de índice.
Um exemplo é o IVBB11, que replica o índice S&P 500, um dos principais indicadores norte-americanos. Assim, ele investe em ações dos Estados Unidos, mas permite ao investidor fazer aportes no Brasil, pela bolsa de valores brasileira (a B3) e em reais.
9. Faça um rebalanceamento periódico da carteira de ações
Além de contar com a diversificação, é preciso manter o controle sobre a carteira e realizar o rebalanceamento quando necessário. Ele serve para rever as proporções de investimento, identificar novas oportunidades e, até mesmo, realizar alterações para alcançar um desempenho melhor.
Afinal, ao investir é comum ter percentuais definidos para direcionar as alocações. Porém, eles sofrem influência das oscilações do mercado, que podem afetar o peso de determinados ativos no portfólio.
Nesse cenário, o rebalanceamento é uma maneira de voltar ao patamar estabelecido para a composição da carteira. Assim, você faz os ajustes necessários — sempre seguindo a sua estratégia, com o suporte da análise fundamentalista.
10. Continue aprendendo sobre o mercado
Mesmo quando você já tem uma ideia de como investir em ações, vale a pena expandir seu entendimento sobre o mercado e suas oportunidades. Portanto, busque meios de aprofundar seus conhecimentos.
Fazer cursos sobre o setor acionário e metodologias para investir, por exemplo, pode ajudar. Tenha em mente que, quanto mais você souber sobre o ambiente de negociação e suas estratégias, mais confiança terá para avaliar ações e tomar decisões.
Essa também é uma forma de reduzir riscos, pois você toma decisões de maneira consciente e embasada, em vez de apenas reproduzir tendências.
Por fim, considere acompanhar notícias e projeções para investir na bolsa de valores de maneira estruturada. A intenção é saber analisar por completo a situação dos negócios e dos setores na B3, o que pode ajudar na tomada de decisão.
Ao considerar esses 10 pontos, você saberá como montar uma carteira de ações sólida e diversificada. Assim, terá a chance de aproveitar o que o mercado oferece para investidores com características alinhadas a esse tipo de investimento.
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