Na hora de escolher quais investimentos farão parte do portfólio, é preciso considerar características como retorno, risco, liquidez e prazo. Esta última característica diz respeito ao tempo que o dinheiro ficará alocado e, entre as possibilidades, existe o investimento de longo prazo.
Ao mesmo tempo, há aportes que são voltados para janelas temporais diferentes e que também têm sua importância sobre o portfólio. Portanto, na hora de definir sua estratégia e orientar suas escolhas, vale a pena conferir as oportunidades do mercado e quais são suas características.
Neste artigo, você saberá quais são as diferenças de prazos entre os investimentos e conhecerá alternativas de longo prazo disponíveis no mercado. Ainda, saberá por que o longo prazo é tão importante para sua estratégia de investimento.
Confira!
O que são investimentos de longo prazo?
O prazo de um investimento corresponde ao período em que o dinheiro permanece alocado em determinado ativo financeiro. Logo, quanto mais tempo durar o investimento, maior será o prazo de alocação.
Nesse sentido, são considerados investimentos de longo prazo aqueles que duram 5 anos ou mais. Conhecer essa classificação também leva à importância de entender as demais alternativas, que são os investimentos a curto e a médio prazo.
Por definição, um investimento de curto prazo é aquele que terá duração de até cerca de 1 ano. Já as alternativas de médio prazo podem chegar a até 5 anos. Portanto, cada um atende a necessidades diferentes do investidor.
Ao falar sobre o assunto, é importante notar que prazo e liquidez não se confundem. A liquidez é a facilidade em transformar os investimentos em dinheiro, considerando quando você pode resgatá-los.
No mercado, é possível encontrar investimentos de curto prazo sem liquidez (ou seja, não permitem resgate antecipado) e ativos de longo prazo com liquidez diária. Portanto, a análise dessas características ocorre de forma independente.
Quais as principais características dos investimentos conforme os prazos?
Além de compreender o período ao qual se referem, vale a pena entender o que o prazo de cada investimento representa, em termos de características.
No curto prazo, por exemplo, o dinheiro passa menos tempo aportado, o que costuma exigir a escolha de alternativas mais seguras. Do contrário, o risco pode se tornar muito elevado devido ao prazo menor entre o aporte e o resgate, principalmente quando se fala em renda variável.
No médio prazo, costuma haver um equilíbrio maior entre o prazo, os riscos e os possíveis resultados. Como são investimentos de duração intermediária, a relação de risco e retorno é pensada em um horizonte um pouco maior.
No longo prazo, por sua vez, o dinheiro passa mais tempo investido, o que interfere nos resultados que podem ser obtidos. Em uma primeira análise, você notará que o impacto dos juros compostos ou da economia real é maior.
Quanto mais tempo o dinheiro passa investido, maior tende a ser a incidência dos ganhos. Com isso, o acúmulo de patrimônio pode ser beneficiado. Outro ponto importante envolve a volatilidade. Com um prazo maior, o impacto pontual de uma situação de volatilidade é menor.
Isso não significa que um investimento de longo prazo seja inerentemente mais seguro, porém pode haver uma diluição dos riscos. Para entender melhor, considere um investimento de renda variável que passa por uma queda significativa em um mês.
Se o aporte foi feito pensando em um horizonte longo, de 10 anos, por exemplo, esse resultado negativo provavelmente terá um impacto baixo em relação à rentabilidade acumulada. Portanto, o risco atrelado à volatilidade tende a ser diluído ao longo de todo o período.
Por que ter uma carteira que atenda a objetivos de todos os prazos?
Como você já aprendeu, os prazos dos investimentos afetam o seu funcionamento e o desempenho que pode ser obtido. É exatamente por essas questões relacionadas à performance que vale a pena montar uma carteira que atenda a diferentes prazos.
Com essa variedade de aportes, é possível atender a objetivos financeiros distintos. Um investimento de curto prazo ou com liquidez diária pode servir para a reserva de emergência, por exemplo.
Já o investimento em longo prazo atende a desejos focados no futuro, como a aposentadoria, a construção de patrimônio, a independência financeira e outras metas. Sem esse tipo de aporte, há riscos de precisar lidar com menor segurança ou menor potencial de retorno nos ativos.
Além disso, como o mesmo investidor tende a apresentar interesses e objetivos variados, ter uma carteira que atenda a prazos distintos faz a diferença. Dessa forma, alinha-se a alocação de recursos à conquista de resultados, aproveitando os pontos altos de cada alternativa.
O longo prazo, especificamente, pode servir para estruturar o portfólio e consolidar a obtenção de retorno. Na prática, investimentos do tipo podem ajudar a fazer o dinheiro render de forma estruturada.
Então, para que sua carteira atenda aos diferentes prazos, é importante fazer uma distribuição dos recursos entre ativos com diferentes períodos. Ao mesmo tempo, é necessário considerar seus objetivos e perfil de risco para entender as prioridades na alocação.
Se você for um investidor moderado ou arrojado e tiver interesse em consolidar patrimônio, os investimentos de renda variável visando o longo prazo podem fazer sentido. Mas, para quem tem um perfil mais conservados ou precisa equilibrar riscos, também existem títulos de renda fixa que se alinham a horizontes maiores.
Quais são as alternativas de investimentos de longo prazo?
Para compor seu portfólio com foco em diferentes períodos, é interessante saber como buscar os melhores investimentos a longo prazo. A escolha depende do seu perfil de investidor e do nível de risco que você está disposto a assumir.
Também é interessante considerar outras características, como liquidez, potencial de retorno e vantagens atreladas. Pensando nisso, conheça investimentos de longo prazo que podem compor sua carteira!
Tesouro IPCA+
Na renda fixa, uma oportunidade de longo prazo é o Tesouro IPCA+. Ele é um dos títulos do Tesouro Direto, o programa que oferece a pessoas físicas acesso a títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.
O Tesouro IPCA+ tem rentabilidade do tipo híbrida, então é composta por uma parte prefixada e por outra que depende da variação de um indicador do mercado. Nesse caso, ele é atrelado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação do Brasil.
Por isso, a rentabilidade costuma ser apresentada como IPCA mais um percentual ao ano. Sendo assim, o investimento apresenta um retorno acima da inflação, evitando a perda do poder de compra.
Outra diferença consiste na possibilidade de investir em um título tradicional do Tesouro IPCA+, recebendo os rendimentos no resgate, ou em uma alternativa com pagamento de juros semestrais.
Ademais, o Tesouro IPCA+ pode ter prazo de décadas, embora tenha liquidez diária. Porém, a venda antecipada é feita pelo preço de negociação no dia, na chamada marcação a mercado. Desse modo, não levar o título até o vencimento pode gerar perdas ao investidor.
Ações
Pensando na renda variável, um dos principais caminhos consiste em investir em ações. Na prática, elas são as menores partes do capital social de uma empresa, dando direito à participação nos resultados do negócio.
Aqui, a obtenção de rendimento acontece de duas maneiras principais. A primeira é pela valorização das ações, o que pode acontecer por movimentos de mercado diante de bons resultados ou expectativas sobre a empresa.
O outro modo de obter rendimento é por meio da distribuição de proventos. Eles representam benefícios pagos aos acionistas. Entre os tipos existentes, estão os dividendos, os juros sobre capital próprio (JCP), os bônus em ações e os direitos de subscrição.
Por suas características, o investimento em ações tende a se alinhar melhor ao longo prazo. Isso porque o tempo de alocação ajuda a mitigar os riscos. Ainda, pode ser necessário aguardar um período amplo para que a empresa se consolide e que suas decisões consigam gerar resultados.
Outro ponto importante é que a distribuição de proventos é favorecida pelo longo prazo. Quanto mais tempo o investimento durar, maior tende a ser o recebimento acumulado. Ainda, deve-se considerar que o investimento em ações tem um prazo de maturação maior.
Fundos de ações
Investir em ações individualmente não é a única possibilidade para participar do mercado. Também existe a chance de aproveitar um fundo de ações. Esse é um tipo de fundo de investimento cuja participação do investidor depende da aquisição de cotas.
Assim, os recursos são movimentados por um gestor profissional, que segue a estratégia determinada na lâmina do veículo. O fundo de ações, especificamente, investe a maior parte do dinheiro em ações, debêntures conversíveis em ações, direitos de subscrição e opções de ações.
Vale destacar que o fundo de ações pode adotar estratégias com níveis de risco e potenciais de retorno diferentes. Há, por exemplo, fundos de ações que só operam comprados (Long Only), mas outros que também operam vendidos (Long & Short), em busca de mais retorno.
As diferentes estratégias também envolvem os critérios para selecionar ativos. Entre os exemplos, há os fundos ESG, que focam em investir em ativos de empresas sustentáveis. Por fim, os fundos podem ser vantajosos por serem mais acessíveis e práticos, sendo necessário entender o perfil de risco antes de investir.
ETFs
Outra possibilidade de investimento a longo prazo é o exchange traded fund (ETF) ou fundo de índice. Ele também é um fundo de investimento, mas se diferencia pela forma de composição do portfólio.
Na prática, o ETF busca espelhar um indicador de mercado. Para isso, deve replicar a carteira teórica do índice de referência, investindo nos mesmos ativos e nas mesmas proporções do indicador.
Um ETF do Ibovespa, por exemplo, investe nos ativos que compõem o principal indicador de ações do mercado brasileiro. Já um ETF do S&P 500 investirá nas 500 empresas americanas mais representativas, conforme os critérios do indicador.
Assim, o objetivo do ETF é ter um resultado, antes de taxas e impostos, que seja equivalente ao do indicador. Como ele tem as cotas negociadas na bolsa de valores, apresenta riscos que podem ser diluídos no longo prazo.
Em relação às vantagens, o ETF pode ter taxas menores, já que a gestão é passiva. Também é uma forma de ter um resultado equiparado à média de mercado e de diversificar a carteira de modo mais acessível.
FIIs
Os fundos de investimento imobiliário (FIIs) são focados em ativos do setor de imóveis. Com isso, permitem alocar recursos nesse mercado de maneira mais prática e valores menores do que na aquisição de propriedades, por exemplo.
Entre as oportunidades disponíveis, há três tipos principais de FIIs no mercado. São eles:
- fundos de papel: investem em títulos e certificados ligados ao mercado de imóveis, como letras de crédito imobiliário (LCI) e certificados de recebíveis imobiliários (CRI);
- fundos de tijolo: investem prioritariamente em imóveis físicos, como empreendimentos comerciais, estruturas industriais e mais;
- fundos de fundos: direcionam a maior parte dos recursos para a compra de cotas de outros FIIs.
Assim como os ETFs, os FIIs têm suas cotas negociadas na bolsa de valores. Ao focar no longo prazo, existe a chance de aproveitar melhor os resultados do mercado imobiliário e equilibrar os riscos do setor.
Previdência Privada
Entre as alternativas de investimento com prazo maior também existe a Previdência Privada. Esse é um tipo de investimento que pode ser adequado para quem tem objetivos financeiros voltados para um período mais distante, tendo maior disponibilidade de tempo para investir.
Esse investimento se divide em duas fases: a de acumulação e a de aproveitamento dos resultados. Na primeira etapa, o foco está em realizar aportes constantes para acumular patrimônio.
O dinheiro é investido pela administradora responsável em alternativas com riscos variados, conforme a estratégia do fundo de previdência escolhido. Com a atuação dos juros compostos e seus efeitos, tende a haver um aumento no patrimônio acumulado.
Depois que a acumulação é encerrada, inicia-se a fase de usufrutos. O investidor pode escolher resgatar todo o montante de uma vez ou receber em parcelas, por tempo determinado ou de modo vitalício, sempre seguindo o que for definido em contrato.
Como você viu, o investimento a longo prazo é importante para diluir os riscos na carteira e favorecer o alcance de resultados quanto à consolidação de patrimônio. Entre os investimentos que estão disponíveis no mercado, há ativos para diferentes perfis e objetivos, então é importante tomar decisões conforme as suas características e necessidades.
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