Investir em fundos de ações (FIA) pode ser uma forma de se expor à renda variável e contar com o apoio de um gestor profissional para montar e gerir os investimentos. Assim, os veículos podem ser um caminho mais prático para fazer aportes no mercado acionário.
No entanto, antes de adquirir cotas desse veículo de investimento, é importante analisar sua tolerância ao risco e conhecer as características dessa alternativa. Assim, você poderá tomar decisões mais acertadas e alinhadas às suas necessidades.
Neste artigo, você entenderá como investir em fundos de ações. Continue a leitura e confira!
O que são os fundos de ações?
Fundos de investimento em ações funcionam em esquema de condomínio. Assim, o investidor precisa adquirir cotas para participar dos resultados do fundo. Além disso, os fundos de ações são alternativas de renda variável que focam no mercado acionário.
Isso significa que o gestor, além de ficar responsável pela gestão da carteira do fundo, deve aportar os recursos, majoritariamente, na bolsa de valores. Dessa maneira, os fundos trazem uma oportunidade para investir em empresas sem precisar escolher os papéis individualmente.
Como funcionam?
O gestor é o principal responsável por qualquer fundo de investimento. Ele fica encarregado por investir e gerir o dinheiro dos cotistas, avaliando as oportunidades do mercado e respeitando a estratégia definida para o fundo em suas decisões.
Já o trabalho do profissional é remunerado pela taxa de administração, definida em um percentual anual. Por investir com foco em ações, é comum que esse tipo de investimento se alinhe melhor aos objetivos de longo prazo.
Isso acontece porque a renda variável é bastante volátil e o preço das ações oscila constantemente. Portanto, os riscos de perdas são maiores no curto prazo, mas podem ser mitigados pela ação do tempo.
Quais são suas principais características?
Uma das principais características dos fundos de ações é que eles acompanham o desempenho dos papéis que fazem parte da carteira criada pelo gestor. Logo, a volatilidade é um ponto importante dessa alternativa.
A forma de tributação e as taxas também são características que devem ser consideradas. O Imposto de Renda, por exemplo, é cobrado sobre a rentabilidade obtida com a venda das cotas, com alíquota de 15% que fica retida na fonte.
Também vale avaliar a taxa de administração e a taxa de performance — cobrada quando a rentabilidade do fundo supera o seu índice de referência. No caso do fundo de ações, o Ibovespa é o indicador mais utilizado, mas é possível que ele preveja o uso de outros índices como benchmark.
Com relação às vantagens e riscos, um benefício é poder contar com um especialista decidindo sobre os investimentos da carteira. Isso pode ser interessante para quem quer diversificar ou tem receio de fazer escolhas individuais ao investir na bolsa de valores.
Afinal, por meio de um fundo, o investidor não precisa decidir em quais ações investir — basta selecionar o fundo de seu interesse. É o gestor que terá a responsabilidade de analisar o fundamento das empresas, conhecer o mercado e lidar com outras burocracias.
Já os riscos são semelhantes a outros investimentos em ações. Devido à volatilidade, as cotas dos fundos também podem apresentar variações ao longo do tempo, não havendo garantias de ganhos.
Quais são os tipos de fundos de ações disponíveis no mercado?
Os fundos de ações são agrupados em tipos que refletem as principais estratégias adotadas por eles. Conhecendo essas classificações, fica mais fácil compreender o que muda entre cada tipo.
Conheça algumas das principais alternativas:
Fundos de dividendos
Os fundos de dividendos buscam investir em papéis de empresas com um histórico consistente de distribuição de dividendos. Eles consistem em parte do lucro das companhias que é dividido entre os acionistas.
Historicamente, alguns setores da bolsa de valores costumam apresentar dividend yield elevado, como o segmento elétrico. Portanto, os gestores buscam identificar as companhias que são consideradas boas pagadoras de dividendos para direcionar os aportes.
Small caps
Já os fundos de small caps contam com a maior parte do portfólio investido em ações de empresas com baixa capitalização de mercado. Em geral, essas companhias também apresentam potencial de crescimento, o que pode potencializar o retorno, mas também traz riscos mais elevados.
Fundos setoriais
Trata-se de fundos de ações que investem em empresas de um mesmo setor ou conjunto de setores afins da economia. Aqui, eles devem detalhar em suas políticas de investimento quais são os critérios utilizados para a definição dos setores, subsetores ou segmentos de aporte.
Investimento no exterior
Respeitando alguns limites, os fundos de ações podem aportar parte do patrimônio em ativos fora do Brasil. Esse tipo de fundo no exterior admite, ainda, alavancagem financeira.
Como o investimento em ações e em fundo de ações se diferenciam?
Depois de saber mais sobre os fundos de ações, vale conhecer as diferenças para o investimento direto em ações. No segundo caso, o investidor deve selecionar os papéis para a sua carteira por conta própria.
Para isso, existem diversas estratégias e análises que podem ser utilizadas. Uma das mais comuns é a análise fundamentalista. Ela tem como objetivo avaliar os fundamentos da companhia para identificar o seu potencial para o longo prazo.
Após escolher as ações para investir, é necessário ter conta em uma instituição financeira para acessar o home broker. Por meio dessa plataforma o investidor acessa o ambiente de negociação da bolsa de valores brasileira, a B3.
Depois, basta pesquisar o ticker dos papéis escolhidos para emitir as ordens de compra. Assim, o investidor fica responsável pela gestão da carteira e pela tomada de decisão de comprar ou vender cada papel.
Entre as vantagens dessa modalidade, está o maior controle sobre as empresas que compõem a carteira de ações. Além disso, há isenção de Imposto de Renda para vendas que somem até R$ 20 mil por mês, além de maior controle sobre os dividendos recebidos.
Como desvantagem, está a maior dificuldade em diversificar a carteira de ações, especialmente quando há pouco capital disponível para aportes. Também é necessário gastar mais tempo avaliando e montando a carteira. Outro ponto negativo é o risco mais elevado de cometer erros na alocação e custos com corretagem.
E quais são os diferenciais no aporte em fundos de ações?
Como você viu, o investimento via fundo de ações exige a compra de cotas de um ou mais fundos. Já a gestão do portfólio é feita por um gestor profissional, que tomará todas as decisões a respeito da alocação.
Assim, entre as vantagens dos fundos de ações está a gestão profissional e a facilidade de diversificação da carteira. Já as desvantagens envolvem o fato de que não há faixa de isenção de Imposto de Renda, além da cobrança de outras taxas — como a de administração e performance.
Ainda, há um menor controle sobre as ações às quais você estará exposto, o que pode ser uma desvantagem para quem deseja ter maior controle sobre o portfólio.
Como os fundos de ações se diferem de fundos de investimento baseados em índices?
Outro ponto que causa bastante confusão entre os investidores é a diferença entre fundos de investimento baseados em índices e fundos de ações. Também chamados de ETFs (exchange traded funds), os fundos de índice visam replicar a performance de um indicador do mercado financeiro.
Para isso, ele investe nas ações que compõem o índice de referência. No entanto, uma das características do ETF é contar com gestão passiva. Isso significa que o gestor do fundo apenas faz as negociações necessárias para seguir as variações do índice financeiro.
Logo, o profissional não precisa desenvolver estratégias e tomar decisões diferenciadas com o objetivo de obter uma rentabilidade acima do mercado. Por outro lado, os fundos de ações podem contar com gestão passiva ou ativa.
No segundo caso, significa que o gestor tem o interesse em superar o benchmark do fundo. Nessas situações, caso o fundo cobre taxa de performance, ela incidirá sobre a rentabilidade que ultrapassar o índice.
Dessa forma, o objetivo é ter uma alocação de ativos que favoreça uma performance acima da média. Isso exige que o gestor tenha bastante experiência e conhecimento sobre o mercado, a fim de realizar operações com maiores chances de sucesso.
Também existem diferenças em relação às taxas de administração, por exemplo. Os fundos com gestão passiva costumam ter cobranças um pouco menores, pois o gestor não tem papel tão incisivo nos resultados.
Ainda, há diferença na rentabilidade. A tendência é que o retorno seja mais previsível quando a alocação dos recursos ocorre de maneira passiva, pois é semelhante ao benchmark. Contudo, como na gestão ativa podem ocorrer oscilações intensas, os ganhos também podem ser mais elevados.
Como investir em fundos de ações?
Como foi possível conferir, investir em fundos de ações pode ser bastante simples e vantajoso para muitos investidores. Mas você sabe como fazer os investimentos?
Confira o passo a passo!
Avalie seu perfil e objetivos
O seu perfil de investidor deve ser conhecido antes de fazer qualquer investimento. Afinal, ele reúne diversas características e reflete sua tolerância aos riscos. Por se tratar de renda variável, eles costumam se alinhar melhor aos investidores moderados e arrojados.
Aqui, também é importante destacar que os próprios fundos de ações podem ter diferentes perfis. Alguns utilizam alavancagem nas operações e são considerados mais arrojados, enquanto outros têm estratégias moderadas de investimento.
Ademais, é importante considerar seus objetivos ao investir e os prazos envolvidos. As características de cada tipo de fundo podem fazer com que eles sejam mais ou menos alinhados às suas necessidades.
Conheça o fundo de ação
Agora você sabe que os fundos de ações podem ter diferentes características. Portanto, é importante conhecer o fundo do seu interesse para determinar se ele se alinha à sua estratégia. Uma dica é analisar a lâmina do fundo.
Esse documento fornece informações como objetivos, taxas, política de investimentos, rentabilidade acumulada e valor mínimo para aplicação. Ele também costuma informar os fatores que podem influenciar a rentabilidade da carteira.
Portanto, a lâmina oferece dados fundamentais para quem deseja fazer uma boa análise antes de investir.
Avalie a gestão
Avaliar a gestão de um fundo de ações envolve compreender que a gestora é a responsável por implementar a estratégia prevista. Portanto, ela tem papel essencial nos seus resultados. Como o investidor não tem controle sobre os investimentos realizados, é preciso confiar na gestão.
Para tanto, considere os relatórios emitidos para avaliar a gestão do fundo. Isso também ajuda a entender como é a comunicação com os investidores e a frequência em que é feita a prestação de contas. O objetivo nessa análise é contar uma gestão transparente e qualificada.
Analise o histórico do fundo
Outro ponto importante na decisão é analisar o histórico do fundo. Para tanto, não deixe de acompanhar o desempenho do veículo de investimento em períodos anteriores e em diferentes cenários. Isso ajudará a identificar a qualidade da gestão.
Logo, vale entender, por exemplo, qual foi o comportamento do fundo diante de acontecimentos específicos, como crises financeiras. Contudo, é importante destacar que a rentabilidade passada não garante retornos futuros.
Confira os custos envolvidos
Avaliar os custos envolvidos não significa que você deve sempre optar pelo fundo com cobranças menores. Na verdade, o objetivo é considerar o custo-benefício da alternativa.
Um fundo de ação que cobra taxa de performance, por exemplo, funciona como um incentivo para que o gestor busque superar o benchmark. Como ela só incide nesses casos, o pagamento acontecerá apenas diante de resultados positivos.
Entretanto, lembre-se de que as taxas podem influenciar na rentabilidade do investimento. Por isso, elas devem ser analisadas comparando custos, potencial de retorno e outras características. Essa medida permite ter uma visão mais ampla sobre as diferentes opções do mercado.
Faça seu aporte
Os fundos de ações são disponibilizados nas plataformas de investimento das instituições financeiras, e cada instituição pode disponibilizar diferentes opções. Portanto, ao escolher o veículo no qual deseja investir, verifique onde é possível adquiri-lo.
Contudo, nem sempre é preciso abrir conta em uma corretora de valores ou banco de investimentos para investir em fundos de ações. Isso porque muitos fundos permitem o investimento direto. Ou seja, é possível investir diretamente com a gestora, sem a necessidade de intermediário.
Assim, você pode adquirir o número de cotas desejado e participar do fundo de ações com maior facilidade. Quanto mais cotas você tiver, maior será sua participação nos resultados obtidos.
Agora você sabe que investir em fundos de ações pode ser uma alternativa prática para diversificar a carteira. Não deixe de avaliar com cuidado o fundo de seu para escolher as alternativas mais alinhadas às suas necessidades.
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