Se você é um entusiasta do mercado financeiro e sempre busca informações e conhecimentos sobre como gerenciar o seu dinheiro, sem dúvidas já deve ter se perguntado se vale a pena investir em ações.
Essa é uma pergunta que todos os investidores iniciantes se fazem quando se deparam com todas as possibilidades de aplicação do seu dinheiro — algumas com rendimento maior e outras, menor.
Para entender melhor se vale a pena investir em ações, é preciso considerar um conjunto de fatores: desde o contexto nacional e internacional, os tipos de ação e quais os benefícios dessa modalidade.
Assim, para te ajudar a entender melhor como investir em ações, a equipe Clube do Valor desenvolveu este conteúdo completo, com tudo o que você precisa saber sobre o tema. Basta continuar a leitura. Confira!
O que é uma ação? Veja as características do ativo
Antes de entender como investir em ações, é necessário distinguir o que é uma ação, de fato.
Então, saiba que ação é um ativo patrimonial, geralmente disponibilizado por grandes empresas de capital aberto e lucratividade alta, correspondendo a pequenas parcelas de capital que podem ser vendidas.
Assim, quando você compra ações, você compra pequenas parcelas das empresas, podendo ter ou não participação na tomada de decisão da diretoria e governança, dependendo da porcentagem que você possui.
Para exemplificar, se você compra ações de empresas como Arezzo, JBS ou Magazine Luiza, passa a ter uma pequena porcentagem da empresa, e se torna acionista minoritário.
Essas empresas de capital aberto têm suas ações negociadas de modo livre na Bolsa de Valores, também conhecida como B3, que funciona como um mercado de compra e venda de títulos.
Com essas ações, os compradores podem ter parte na rentabilidade, ao passo que as empresas usam esse dinheiro recebido para investir, quitar dívidas e financiar operações, além de atrair olhares de mais investidores para alimentar o ciclo.
Tipos de ação e as suas diferenças
Como você viu, o universo das ações é muito interessante e pode ser compreendido facilmente quando os conhecimentos são obtidos na fonte correta.
Nesse sentido, é interessante que você também entenda quais são os tipos de ação e suas principais características.
Existem, por exemplo, aquelas que são classificadas pela quantidade de direitos que ela dá a quem compra como acionista, como é o caso das ações ordinárias, ou pela dimensão da empresa, como funciona com as preferenciais.
Dessa forma, você estará apto a escolher o tipo de ação mais alinhado com os seus objetivos e realidade financeira, sempre com o objetivo de obter lucros mais expressivos.
Ordinárias (ON)
O primeiro tipo de ação é chamada de Ordinária, também conhecida como ON. Esse tipo de ação possibilita a participação direta dos acionistas nas atividades e decisões da empresa.
Assim, caso sejam reunidas assembleias ou fóruns para tomada de decisões, os acionistas podem votar e participar dos próximos passos da instituição.
É importante ressaltar, porém, que a intensidade de participação dos acionistas depende de quantas ações eles possuem na empresa e qual é a sua cota.
Você pode encontrá-las facilmente na Bolsa de Valores indicadas pelo número 3 no final, como MGLU3 (Magazine Luiza) e VALE3 (Vale).
Preferenciais (PN)
Quem compra as ações preferenciais (PN), tem direito ao recebimento antecipado de dividendos, distribuição de lucros ou reembolso do dinheiro, em caso de falência ou liquidação.
Assim, quem possui as preferenciais recebe esses valores e benefícios antes do que aqueles que têm as ordinárias na mesma empresa.
Essas ações são identificadas na Bolsa de Valores pelo final 4, logo após o nome da empresa, como PETR4 (Petra) e ITUB4 (Itaú).
Com isso, fica muito mais simples diferenciá-las e saber qual escolher ao investir seu dinheiro. É importante também sempre analisar bem, para não correr o risco de perder dinheiro na Bolsa.
Como funciona a negociação de ações na bolsa?
A negociação das ações na Bolsa de Valores ocorre de forma muito natural, em duas etapas que leva à definição do preço de cada uma delas.
Esses dois momentos que definem os preços e, consequentemente, a negociação, são chamados de mercado primário e mercado secundário.
Mercado primário
O mercado primário acontece quando uma empresa dá início às suas atividades na Bolsa, ou seja, quando ela “estreia”, anunciando que agora suas ações estão disponíveis.
Isso acontece através de uma estratégia chamada IPO, do inglês “Initial Public Offering”, que nada mais é do que a oferta inicial divulgada ao público.
Mas, não se engane! As empresas não decidem simplesmente abrir seu capital para se lançar no mercado de ações sem antes se certificar de que haverá demanda.
Antes do evento de IPO, as empresas passam tempo analisando e selecionando pessoas que comprariam, avaliando quanto elas estariam dispostas a investir.
Dessa forma, as empresas conseguem definir um preço justo por cada ação para ser anunciado no IPO.
Mercado secundário
O mercado secundário, por sua vez, acontece quando as pessoas que já compraram as ações no IPO decidem vendê-las através de sua corretora para outros investidores interessados.
É através da corretora que os investidores que desejam comprar as ações são conectados com aqueles que desejam vendê-las.
Nesse momento, os preços vão depender de como a empresa está sendo vista no mercado, qual a sua tendência de lucratividade e rentabilidade, e também qual o nível de procura daquela corporação.
Como o investimento em ações gera resultados financeiros?
Nunca caia na ilusão de que criar a sua conta em uma corretora, comprar um curso específico e utilizar estratégias de day trade te fará ficar rico em pouco tempo.
Afinal, você sabe bem que investir é uma jornada de longo prazo, com foco em resultados expressivos no futuro ao invés de poucos centavos no presente.
A verdade é que existem estratégias mais sólidas e meios mais eficazes de lucrar com o investimento em ações, como dividendos, juros ao capital próprio e ganho de capital.
Dividendos
Receber dividendos é o mesmo que receber as porcentagens que são suas por direito devido à compra da ação, ou seja, aquele lucro que as empresas dividem com seus sócios ou acionistas.
Assim, quanto mais parte na empresa você tiver, com maiores porcentagens de ações adquiridas, mais lucro receberá com esses dividendos mensais, fazendo com que eles se tornem cada vez mais expressivos e vantajosos.
Juros ao Capital Próprio
Com a opção de Juros sobre o Capital Próprio, as empresas são “obrigadas” a oferecer remuneração aos acionistas mesmo não tendo obtido muito lucro recentemente.
Essa é uma das despesas da empresa, que é vantajosa para ela no sentido de “fidelizar” seus acionistas e atrair novos para investirem no seu negócio, gerando mais renda e mais possibilidades de crescimento.
Ganho de capital
Você pode ganhar capital tanto com a valorização das ações do mercado, quanto com a desvalorização das mesmas.
Pode parecer contraditório, mas são estratégias inteligentes que se complementam.
Afinal, quando você compra uma ação de uma empresa e ela se valoriza, você pode ganhar porcentagens maiores de dividendos e juros ao capital próprio.
Além disso, pode vender a ação por um valor mais alto do que aquele que comprou, lucrando com ela.
Ainda, é possível lucrar com a desvalorização das ações quando você percebe que há a possibilidade de queda futura, pode vender a ação por um valor específico.
Dessa forma, quando ela realmente se desvalorizar, comprá-la novamente, pagando menos do que a primeira vez.
Apesar de atrativa, essa segunda estratégia precisa ser pensada com cautela e fundamentada em dados e estimativas reais.
É preciso atenção, já que existe a possibilidade de, após a venda, a ação se valorizar novamente e fazer com que você perca dinheiro ao comprá-la novamente.
Por que investir em ações? Veja alguns dos benefícios
Como você pôde notar, existem várias maneiras de ganhar dinheiro ao investir em ações, tudo depende do plano que você pretende seguir.
Nesse sentido, existem muitos benefícios ao investir em ações com valor justo, desde a questão financeira envolvendo a lucratividade, até a acessibilidade e possibilidade de ter parte em negócios mais maduros.
É um ativo com alta liquidez financeira
Por fazer parte do universo de renda variável, a ação é um ativo de alta liquidez e rentabilidade.
Mas, o que significa, de fato, a liquidez?
De modo simples, a liquidez se refere à capacidade de um ativo em se transformar em dinheiro.
As ações possuem alta liquidez porque podem ser vendidas a qualquer momento, resultando em dinheiro em mãos.
Além disso, a cada aumento dos lucros da instituição que você investiu, é possível que você também saia ganhando, ou seja, lucre junto com os dividendos conforme a porcentagem de ações que você tem.
É diferente da renda fixa, onde muitos títulos são pré-fixados com datas determinadas para o resgate do dinheiro, tornando a liquidez mais baixa.
Também é diferente dos investimentos em fundos imobiliários, onde a liquidez é totalmente baixa, já que os imóveis não podem ser vendidos imediatamente, como acontece com as ações.
Assim, dentre todas essas opções, investir em ações pode ser o modo de obter maior liquidez financeira, mas é importante considerar outros fatores e também as desvantagens.
Mercado fracionário permite investir com pouco dinheiro
Outra grande vantagem de investir em ações é que esse mercado é bastante acessível, permitindo o investimento mesmo com pouco dinheiro.
Existe uma grande variedade de ações e valores — há títulos por menos de 2 reais, as ações mais baratas da B3! Então, você não precisa de muito dinheiro para começar a investir.
Além do valor acessível, as corretoras que fazem a intermediação entre a Bolsa e os investidores também têm oferecido melhores condições para seus clientes.
Algumas corretoras oferecem taxa zero de corretagem, abertura de conta gratuita e muitos outros benefícios.
Dessa forma, se tratando de dinheiro e quantidade para investir, o cenário é bastante interessante e propício para quem deseja começar.
Ainda, é interessante ressaltar como são acessíveis os conhecimentos acerca dos investimentos e das diferentes possibilidades de diversificação — com a internet, as possibilidades de aprendizado se expandiram.
Com ela, blogs confiáveis como o Clube do Valor transmitem conhecimento de qualidade, baseados na experiência prática e teórica de profissionais realmente experientes e qualificados.
Investimento em negócios com maior maturidade
Somado a todos esses benefícios anteriores, investir em ações significa investir em negócios com maior maturidade e estabilidade no mercado.
É muito mais simples hoje participar na lucratividade de grandes corporações como Vale, Americanas, Banco Itaú e Petrobras do que era há 50 anos.
Assim, você pode ter na carteira de ações empresas que só crescem e têm um posicionamento firme no contexto comercial e social.
Essa possibilidade oferece muito mais segurança e previsibilidade ao investir em ações do que se comparado a negócios menores e com menos tempo de atuação.
E as desvantagens, quais são elas?
Apesar de todas as vantagens, como nem tudo são flores, também existem desvantagens ao investir em ações.
Afinal, assim como qualquer operação financeira e modalidade de investimento, as ações também apresentam riscos, volatilidade e frustrações.
No caso dos riscos, essa modalidade de investimento é muito mais arriscada do que qualquer outra.
Ela pode ser uma grande armadilha para investidores iniciantes que não conhecem bem o seu próprio perfil de investidor.
Isso acontece porque existe muita imprevisibilidade envolvida — você nunca sabe quando uma ação vai despencar por conta de fatores externos, como política e economia, ou internos, como mau posicionamento e estratégias de marketing.
É por isso que, ao investir em ações, é importante considerar as estratégias de longo prazo, sempre estudando com cautela as características daquela empresa.
Se o seu perfil de investidor for mais conservador, que tem medo de arriscar, a Bolsa de Valores pode não ser para você — em vez disso, aposte em renda fixa, com títulos como Tesouro Selic e Certificados de Depósito Bancários (CDB).
Custos e tributação nas operações com a ações
E quanto aos custos, tributações e impostos sobre as ações? Como funcionam os processos de fiscalização ao investir em ações?
É importante saber quais são as burocracias envolvidas no processo de tributação das operações da Bolsa. Confira quais são as principais abaixo.
Corretagem, Custódia e Emolumentos
Você se recorda que, mais acima, citamos que as corretoras são as pontes que interligam investidores e a Bolsa de Valores?
Pois bem, algumas corretoras ainda cobram uma taxa de corretagem, que envolve cada compra e venda de ações dos investidores.
A maioria das corretoras está otimizando a porcentagem da taxa de corretagem ou até mesmo extinguindo para que o cliente tenha a melhor experiência possível ao investir em ações.
Para manter todos os ativos que o investidor conquistou com o tempo, a taxa de custódia é aplicada pelas corretoras não só em renda variável, como é o caso das ações, mas também em renda fixa.
Por outro lado, existem também os emolumentos, que são taxas cobradas pela própria Bolsa de Valores brasileira, a B3, a cada transação de compra ou venda realizada.
Em todos os casos, os valores cobrados sempre variam conforme os objetivos financeiros e os valores das ações negociadas.
Imposto de Renda
Por fim, o Imposto de Renda é outra tributação que incide sobre os investimentos na Bolsa. Nesse caso, a taxa é exata: 15% sobre a lucratividade devem ser declarados quando a soma ultrapassar R$20 mil reais mensais.
Ao mesmo tempo, investidores que utilizam técnicas de day trade devem declarar 20% dos seus rendimentos.
Você pode encontrar essas informações diretamente com a sua corretora e solicitar esses dados nas notas de corretagem disponibilizadas por elas.
Por quais meios é possível investir em ações da bolsa?
Existem pelo menos 3 formas de investir em ações na Bolsa: através da compra direta, ETFs ou Fundos de Investimento. Descubra como cada um deles funciona a seguir.
1. Compra direta na bolsa de valores
Criando sua conta na corretora de valores, você pode comprar suas ações diretamente na bolsa, escolhendo aquelas de maior lucratividade e alta, com base nas suas realidades e planejamento de investimentos.
Assim, você decide quais ações deseja comprar para compor sua carteira de ações e qual delas deseja vender, a fim de obter lucro ao investir em ações.
2. ETFs
Os Exchange Traded Funds, também chamados de ETFs, representam fundos negociados na bolsa, ou simplesmente fundos de índice.
Diferentemente das outras modalidades, os ETFs são como combos de ações, com diferentes ativos financeiros baseados em índices como o Índice Brasil ou Ibovespa.
3. Fundos de Investimento
Por fim, os fundos de investimento compõem outra modalidade onde um grupo de investidores decide aplicar conjuntamente, com a orientação de um profissional especialista.
Nesse caso, se aplica bem o Fundo de Investimento em Ações (FIA), onde os investidores devem ter pelo menos 67% do capital investido em ações da Bolsa, sendo o restante livre para aplicação em outros títulos.
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É importante lembrar que um investidor inteligente sempre avalia seu perfil de investidor e estuda muito para entender qual o melhor plano de investimento para si.
Esse estudo pode ser autônomo, apenas com conteúdos disponíveis na internet — que é um caminho mais longo e complicado, ou com acompanhamento personalizado.
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Conclusão
Neste artigo, você entendeu que investir em ações vale a pena se você tem uma boa estratégia e conhece bem o mercado, tendo conhecimento prévio ou delegando a responsabilidade sobre os seus investimentos para um profissional qualificado.
Também entendeu como funciona investir em ações na bolsa, como ter resultados financeiros e quais as vantagens e desvantagens dessa modalidade.
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