O dólar não para de cair em 2022, e as pessoas estão cada vez mais se perguntando: será que faz sentido investir em dólar agora?
E, mais do que isso: como ganhar mais dinheiro ao investir no exterior?
E é sobre isso que eu vou te falar aqui neste texto. Continue lendo para entender quais as melhores formas de investir no exterior, se vale a pena e muito mais – é um verdadeiro guia completo. Olha só:
É seguro investir no exterior?
Algumas pessoas podem se perguntar se é realmente seguro investir no exterior.
Mas a verdade é que: dentre as principais razões para investir fora do Brasil, estão os bons retornos e a segurança para os investimentos de longo prazo que isso possibilita.
Deixa eu te explicar:
Em uma crise financeira, a probabilidade é que o real desvalorize. Neste caso, investir no exterior ajuda a proteger o seu patrimônio.
Assim, você está diversificando não apenas os ativos que compra, mas também o país no qual os compra.
E, ainda, duas coisas importantes que você precisa saber antes de investir no exterior são:
- Investir no exterior é para o longo prazo, e
- Investir no exterior, com a estratégia certa, te faz comprar na baixa e vender na alta.
Como investir nos EUA morando no Brasil?
A estratégia Bull Bear consiste de separar sua carteira em 2 metades iguais (ou o mais próximo possível disso).
Com metade de sua carteira rendendo o mesmo que a Bolsa brasileira, você consegue o potencial de crescimento que uma economia em desenvolvimento como a do Brasil oferece!
E, a outra metade de sua carteira, atrelada à Bolsa dos EUA, traz a estabilidade, segurança e exposição a uma economia forte!
É daí que vem o nome Bull Bear: essa carteira te dá muito potencial no mercado em alta (Bull Market) e no mercado em baixa (Bear Market).
Essa é a forma como a gente investe aqui no Clube do Valor.
Dê uma olhada neste gráfico:
Nesse período, a carteira apenas com ações brasileiras teria transformado R$ 1.000 em R$ 47.729,68.
Já a carteira com a estratégia Bull Bear teria transformado R$ 1.000 em R$ 72.022,77 (R$24.293,09 a mais).
O que fazer para investir no exterior? 4 formas
Existem 4 formas principais de investir no exterior. Veja quais são elas e qual que mais usamos aqui, no Clube do Valor:
1- Investir diretamente em ações no exterior
A primeira forma de investir no exterior que eu vou te apresentar é a mais “direta” de todas – isso porque ela é literalmente investir direto em ações dos Estados Unidos.
Essa forma consiste em criar uma conta em uma corretora que tenha acesso à Bolsa norte-americana, enviar dinheiro para ela e fazer suas ordens de compra de ações dos EUA. Do mesmo jeito que você faria comprando ações na B3 em qualquer corretora brasileira.
Aliás, em breve quem é cliente da XP poderá fazer direto no home broker.
Enquanto isso ainda não é uma realidade, você pode utilizar uma corretora especializada para isso, como a Avenue ou a Passfolio, por exemplo. Ou, até, a corretora do Banco Inter, que já oferece essa possibilidade.
Quais são as vantagens?
- Experiência mais parecida com o investimento ativo na Bolsa brasileira;
- Poder ativamente escolher as ações que quer comprar de forma discricionária;
- Poder decidir quais das milhares de empresas listadas na Bolsa americana vão estar em seu portfólio de investimentos;
- Mais controle sobre a gestão da parte de ações dos EUA de sua carteira;
Quais são as desvantagens?
- A tarefa é um pouco mais burocrática. Os requisitos para abrir conta na Avenue, por exemplo, são:
- Ter no mínimo 18 anos de idade;
- Comprovante de residência;
- Conta bancária em seu nome;
- CPF ativo;
- Documento de identidade válido com foto;
- Número de telefone celular;
- Endereço de e-mail ativo.
- Custos:
- Remessa – que você deve fazer para sua corretora americana. Os custos podem incluir IOF e qualquer taxa que sua instituição financeira cobre para o câmbio e transferência;
- Taxa de corretagem, cobrada em dólar.
- Tributação:
- Nos EUA, 30% dos dividendos são cobrados na fonte como imposto;
- Se declarar esses investimentos no IR e pagar progressivamente mais imposto quanto maiores forem ganhos;
- A cobrança vai de 15% sobre ganhos. De até 5 milhões de reais no exterior, até 22,5% para ganhos acima de 30 milhões de reais.
2- Investir em fundos cambiais
Fundos Cambiais são fundos dos quais o investidor pode participar comprando cotas.
O dinheiro da venda das cotas é, por sua vez, investido pelos gestores do Fundo em uma carteira. Além disso, por lei, você precisa ter pelo menos 80% do seu patrimônio investido em ativos relacionados a moedas estrangeiras. O resto do patrimônio não precisa estar, necessariamente, em ações.
O Fundo Cambial pode investir em ações, em fundos multimercado, em renda fixa ou em portfólios globais.
Para investir desta forma, você deve conhecer os Fundos Cambiais disponíveis e escolher aquele, ou aqueles, que mais condizem com as suas condições e objetivos.
Hoje, muitos desses Fundos Cambiais estão disponíveis nas plataformas das próprias corretoras, e cotas deles podem ser compradas em reais.
Isso tira a necessidade de fazer remessas ao exterior e câmbio.
Quais são as vantagens?
- É mais simples e rápido do que investir diretamente em ações dos EUA;
- Não há necessidade de fazer remessas internacionais ou pagar taxas de câmbio;
- Hoje, os Fundos Cambiais estão disponíveis para todos os investidores – alguns tendo, inclusive, valores mínimos de entrada bem baixos, como R$ 500, como esses disponíveis na corretora.
Quais são as desvantagens?
- O próprio investidor deve (por conta própria) ir atrás de informações sobre os fundos para escolher um;
- Pode consumir um certo tempo, dependendo do nível de análise que o investidor deseja fazer;
- Tem taxa de administração, que normalmente varia entre 0,5% e 2% – nada muito caro, mas um pequeno custo a mais para você observar.
3- BDRs
BDR é a abreviação de “Brazilian Depositary Receipts”, certificados que representam ações emitidas por empresas em outros países.
Esses certificados são negociados na Bolsa do Brasil (B3). São como valores mobiliários com lastro em papéis de companhias estrangeiras.
É possível encontrar representações de ações de empresas como:
- Apple – AAPL34;
- Amazon – AMZO34;
- Netflix – NFLX34;
- Google – GOGL34;
- Coca Cola – COCA34;
- Alibaba – BABA34;
- Microsoft – MSFT34;
- Facebook – FBOK34.
Mas, saiba: o investidor não está comprando diretamente uma ação de uma empresa no exterior, e sim um título representativo.
O investidor compra aqui no Brasil, através de seu Home Broker, “títulos” ou “certificados” que representam uma ação estrangeira como se fossem ela, mas não são ela de fato.
Esses certificados são gerados por instituições depositárias brasileiras e são negociados na B3.
Quais são as vantagens?
- Negociação feita em reais, em sua própria corretora, como você já faz com ações brasileiras;
- O dinheiro fica custodiado no Brasil, não há necessidade de remessas;
Quais são as desvantagens?
- Ainda há poucas opções de BDRs, quando comparadas ao número de empresas nos EUA – e menos ainda quando se observa uma liquidez mínima para os investimentos.
4- ETFs
Essa é a forma que o Clube do Valor mais ensina aos seus clientes.
ETF é abreviação de Exchange Traded Funds.
Para investir desta forma, basta comprar cotas de um ETF que replique a Bolsa americana através de seu Home Broker, como se fosse uma ação.
Um ETF é um fundo que tem as mesmas ações da Bolsa dos EUA na mesma proporção que elas existem lá.
E, além disso, a rentabilidade dele tende a ser praticamente a mesma, percentualmente, da Bolsa americana.
Apesar de haver algumas opções, o ETF americano mais conhecido no Brasil é o IVVB11, que replica o S&P 500.
Quais são as vantagens?
- É muito simples, fácil e rápido;
- Pode ser feito com pouquíssimo dinheiro;
- Alta diversificação da sua parcela dolarizada da carteira nas 500 maiores empresas dos EUA;
Quais são as desvantagens?
- Você não decide quais ações o fundo compra. Por isso, perde um pouco do “controle” sobre quais ativos estão em sua carteira;
- Você nunca vai “vencer o mercado” americano investindo através de ETFs, porque a rentabilidade dessa parte de sua carteira sempre será a mesma que a rentabilidade da Bolsa americana + o câmbio dólar-real;
Qual o melhor investimento no exterior?
Apesar de investir por ETFs ser o nosso favorito aqui no Clube do Valor, não significa que ele é necessariamente o melhor para você.
Muitas pessoas têm sucesso investindo de outras formas também.
O importante é ter autoconhecimento: entender quanto trabalho e tempo você quer colocar em seus investimentos no exterior.
E, também, entender quanto controle você deseja ter dessa parcela de sua carteira.
Por isso, pode ser interessante ter o auxilio de um consultor de advisor do seu lado para para te aconselhar e validar as suas tomadas de decisões ao investir.
Esse serviço é recomendado para quem busca gerir o próprio patrimônio tendo uma orientação contínua e qualificada de um consultor financeiro sem conflito de interesses.
Se você quiser falar com um consultor, e descobrir se esse é o serviço certo para você, acesse o link.
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